Anais da 27º Semana Científica - Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)
Neurologia
ESCALA DE MOBILIDADE DE TRONCO - UMA MEDIDA PARA AVALIAR A RIGIDEZ EM PACIENTES COM
DOENÇA DE PARKINSON
RAQUEL DA SILVA TOWNSEND; FRANCO, CLARISSA R. DA C.; RIEDER, CARLOS R. DE M.
Introdução: A rigidez é um dos sintomas mais incapacitantes na Doença de Parkinson (DP). Em muitos pacientes, a rigidez axial
se torna especialmente limitante, pois a mobilização prejudicada do tronco acarreta problemas de marcha, equilíbrio/postura e
dificuldades funcionais. Hodiernamente, há poucas ferramentas que analisam a mobilidade de tronco em pacientes com rigidez,
mas elas não verificam todos os planos de movimento. Nesta medida, propõe-se a criação da Escala de Mobilidade de Tronco
(EMT) para que se possa avaliar de forma mais completa (sagital, coronal e transversalmente) a rigidez de tronco. Objetivos:
Criar e validar uma escala que avalie a mobilidade do tronco em pacientes com DP, correlacionando-a com escalas já validadas na
literatura para avaliação da DP (Hoehn e Yahrd, UPDRS e Schwab) e verificar a concordância entre os examinadores da escala
proposta. Metodologia: Pacientes com DP do Ambulatório dos Distúrbios do Movimento do HCPA. Inicialmente, um dos
avaliadores aplicou as escalas já validadas na literatura. Após, este avaliador e um segundo marcaram simultânea e
independentemente, os escores da EMT (composta de 7 itnes com movimentos do tronco nos planos sagital -extensão/flexão-,
transversal –rotação- e frontal -inclinação lateral-, todos realizados com o paciente sentado em uma cadeira sem apoio para os
braços). Resultados: foram analisados 98 pacientes. Encontrou-se forte associação entre os resultados da escala proposta e as
escalas Hoehn e Yahrd, UPDRS e Schwab (coeficiente de correlação de Pearson, respectivamente, de: 0,736; 0,842 e –0,786 /
todos com nível de significância de 0,01). Além disso, encontrou-se uma boa consistência interna do instrumento (índice: Alfa de
Cronbach de 0,853). E houve ainda grande concordância entre os avaliadores (índice Cronbach alfa: 0,998).Conclusão: Nas
avaliações preliminares a EMT mostra-se um instrumento simples, confiável e capaz de auxiliar na avaliação das limitações de
pacientes com DP.
OS EFEITOS DA TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL NA MODULAÇÃO DAS VIAS AS DEPRESSÃO MAIOR
ANA LUISA ZACHARIAS; CLARICE PEREIRA RIGOTTI; JULIANO PERUZZO; ISADORA FREGONESE ANTUNES;
LUCAS WOLLMANN; MARIA GABRIELA LONGO; MELINA BRAUDE CANTERJI
O nosso objetivo foi pesquisar na literatura se a Terapia Cognitiva Comportamental atua, de forma significativa,
neurofisiologicamente na depressão maior em humanos. Foi feita pesquisa no SUM SEARCH, utilizaram-se as seguintes
palavras: DEPRESSION + CONGNITIVE + BEHAVIOR + THERAPY + CEREBRAL CHANGES. Foram encontrados 6
artigos, dos quais 5 foram excluídos por não satisfazerem os objetivos do estudo. Também foram utilizadas outras referências
baseadas no artigo escolhido. Através de análise de imagens – Tomografia por emissão de pósitrons (PET) – foi observado que o
tratamento com Terapia Cognitiva Comportamental está associado com mudanças metabólicas regionais significativas. Áreas de
metabolismo aumentado após tratamento incluíram hipocampo e giro do cíngulo. Além disso, a diminuição do metabolismo foi
observada nas regiões dorsolateral e ventrolateral do córtex pré-frontal e regiões médio superior e inferior do córtex frontal.
Foram notadas alterações clínicas diretas nas regiões responsáveis pela atenção; áreas de tomada de decisão; áreas emocionais;
armazenamento, evocação e consolidação da memória; processamento de auto-referências; entre outras. Esses comportamentos
estão implicados com início e manutenção do estado depressivo e parecem serem alvos específicos da Terapia Cognitiva
Comportamental. Concluímos que pacientes com depressão apresentam respostas consistentes a Terapia Cognitiva
Comportamental sobre a modulação das vias; que ainda parece afetar na recuperação clínica modulando a função de locais
específicos das regiões límbica e cortical. Evidencia-se, no entanto, a necessidade de mais estudos sobre o assunto para que haja
um resultado mais concreto.
IMPLEMENTAÇÃO DO PROTOCOLO NACIONAL PARA TRATAMENTO DE DOENÇA DE ALZHEIMER NO SISTEMA
DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
ADELAR PEDRO FRANZ; CAMILA SIMEONI; CÁSSIO ALVES KONRATH; GUSTAVO WEISS; RENATA KOCHHANN;
VANESSA DE PAULA LOPES DE ALMEIDA; CLAUDIA GODINHO; PAULO D. PICON; ANALUIZA CAMOZZATO DE
PÁDUA; MÁRCIA LORENA FAGUNDES CHAVES
Introdução: O tratamento para Doença de Alzheimer é fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde no sistema de saúde
pública para qualquer paciente que preencher os critérios clínicos estabelecidos pelo Protocolo Nacional de Diretrizes para
tratamento desta doença. Em 2005 foi criado o Centro de Referência (CR) no estado do RS para revisar a prescrição. Objetivo:
Avaliar a adesão aos critérios clínicos do Protocolo Nacional de Diretrizes para Tratamento de doença de Alzheimer e o uso
racional dos medicamentos destinados a este fim no RS. Métodos: Experts em Neurologia e Psiquiatria, membros do CR,
avaliaram 2129 solicitações de anti-colinesterásicos ao sistema de saúde pública do RS no período de 2005/2006. Resultados: 984
(46%) das solicitações foram indeferidas por não preencherem os critérios para tratamento; 1040 (48,8%) solicitações não
apresentaram dados suficientes para a avaliação e 97 (4,6%) foram deferidas. A medicação mais solicitada foi rivastigmina
(84,4%), seguida pelo donepezil (5,6%) e galantamina (1%). Fármacos que não possuem evidências para uso foram solicitados
numa freqüência de 8,8%. Demência vascular, parkinsoniana ou mista foi a causa mais freqüente de indeferimento (39,1%),
seguido por quadros de DA grave (12,2%) e escores acima do ponto de corte para prejuízo cognitivo em instrumentos de
avaliação cognitiva (6,7%). Conclusões: Nós encontramos uma taxa alta de uso irracional de fármacos nesta amostra. A estratégia
de revisão das prescrições por “experts” de Centros de Referências pode ter um enorme impacto na redução de custos e do uso
irracional de medicações.