Anais da 27º Semana CientÃfica - Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre
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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />
INTERNAÇÃO EM UTI: EXPERIÊNCIA VIVENCIADA PELOS FAMILIARES<br />
PRISCILA CAPOANI; LUIZ ANTONIO BETTINELLI; DALVA MARIA POMATTI<br />
As características tecnológica e científica, <strong>da</strong> UTI (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva), tornam evi<strong>de</strong>nte a priorização <strong>de</strong> procedimentos<br />
técnicos <strong>de</strong> alta complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, importante para a manutenção <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do ser humano, tornando secundários outros aspectos. O<br />
ambiente <strong>da</strong> UTI significa para a família uma ruptura <strong>da</strong> inter<strong>de</strong>pendência afetiva e emocional com o familiar internado, mas a<br />
família faz parte do processo. È necessário conhecer as questões relaciona<strong>da</strong>s com o significado <strong>de</strong>ssa internação e suas<br />
implicações na vi<strong>da</strong> e no cotidiano dos familiares. A presença <strong>da</strong> família auxilia na manutenção dos laços afetivos e na<br />
recuperação <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> do paciente. Estudo qualitativo, aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa, objetivou compreen<strong>de</strong>r o<br />
significado <strong>da</strong> internação em UTI para os familiares dos pacientes. Após assinatura do Termo <strong>de</strong> Consentimento Informado foram<br />
entrevistados, 16 familiares <strong>de</strong> pacientes internados na UTI geral <strong>de</strong> um hospital <strong>de</strong> ensino, no interior do RS. A análise temática<br />
permitiu a construção <strong>da</strong>s categorias: admissão na UTI; impacto do <strong>de</strong>sligamento e a “impotência familiar”; pouco acolhimento; a<br />
importância do suporte <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong><strong>de</strong>; a falta <strong>de</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do paciente. Apesar <strong>de</strong> estudos que mostram a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
presença <strong>da</strong> família, junto ao paciente, parece não existir a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> preocupação com essa prática. Os vínculos afetivos e<br />
emocionais são dimensões humanas importantes. O familiar preten<strong>de</strong> participar, <strong>de</strong> forma ativa, <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a evolução do estado <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong> e dos cui<strong>da</strong>dos, sinalizando para repensar as questões <strong>da</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> e intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos internados. Portanto é necessário<br />
ampliar a compreensão sobre a relação com os pacientes e as mensagens emiti<strong>da</strong>s pelos familiares para que assim se possa<br />
promover a humanização <strong>da</strong> assistência na UTI.<br />
EFEITOS DA OTIMIZAÇÃO DO CONTROLE GLICÊMICO SOBRE MARCADORES INFLAMATÓRIOS E EVENTOS<br />
CARDIOVASCULARES CLÍNICOS EM PACIENTES COM DIABETE MELLITUS SUBMETIDOS A INTERVENÇÃO<br />
PERCUTÂNEA CORONARIANA.<br />
MARIA KAROLINA ECHER FERREIRA FEIJÓ; CARMEN LAZZARI; SIMONE FANTIN; ANA LUIZA ZACHARIAS;<br />
RAQUEL CAMPANI; PATRÍCIA PASSOS; ANILDA BRANOT<br />
A doença cardiovascular (DCV) é importante causa <strong>de</strong> morte em diabéticos, assim diabéticos têm maior risco para DCV, pior<br />
prognóstico, menor sobrevi<strong>da</strong> e pior resposta ao tratamento. A limita<strong>da</strong> terapêutica disponível em reduzir complicações<br />
cardiovasculares entre diabéticos e o aumento <strong>da</strong> prevalência <strong>de</strong> Diabetes Mellitus (DM) na população em geral associado a<br />
outros fatores, resulta em aumento <strong>de</strong> pacientes diabéticos que são submetidos à intervenção percutânea coronariana(ICP). O<br />
<strong>de</strong>sfecho clínico pós ICP entre pacientes com DM é menos favorável que o <strong>de</strong>sfecho nos <strong>de</strong>mais, <strong>de</strong>monstrado pela maior taxa <strong>de</strong><br />
reestenose após angioplastia por balão e stent. São conhecidos os efeitos <strong>da</strong> insulina sobre o metabolismo dos substratos, no<br />
coração a insulina tem efeitos sobre a otimização dos substratos pelos cardiomiócitos, sobre o aumento do fluxo coronariano, atua<br />
como anti-inflamatório, tem efeitos benéficos diretos na sobrevi<strong>da</strong> celular miocárdica e efeitos anti-oxi<strong>da</strong>ntes. Apesar <strong>da</strong> gran<strong>de</strong><br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos usando infusões <strong>de</strong> insulina, não existem estudos pós ICP em diabéticos. Trata-se <strong>de</strong> um ensaio clínico<br />
randomizado não cego, realizado com pacientes com DM tipo2 tratados com ICP com implante <strong>de</strong> stents metálicos objetivando<br />
avaliar os efeitos metabólicos e sobre o estresse oxi<strong>da</strong>tivo em curto prazo e normalização <strong>da</strong> glicemia por período <strong>de</strong> 24h. O grupo<br />
1 receberá insulina endovenosa contínua imediatamente após o procedimento e o grupo 2 fará uso <strong>de</strong> insulina subcutânea se<br />
glicemia capilar≥250.Até o momento foram incluídos 41 pacientes, com uma i<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>de</strong> 60 anos; predominantemente do<br />
sexo masculino (58,5%), <strong>de</strong> cor branca (85,3%) e com IMC médio <strong>de</strong> 29,5. A média do hemoglicoteste no momento <strong>da</strong> admissão<br />
foi <strong>de</strong> 141mg/dl.<br />
RELAÇÕES DE PODER NA PRODUÇÃO DE CUIDADOS EM SAÚDE NO TRABALHO HOSPITALAR<br />
JOSÉ LUÍS GUEDES DOS SANTOS; ROSÂNGELA MARION DA SILVA; CAROLINA TONINI; HELENA CAROLINA<br />
NOAL; CARMEM LÚCIA COLOMÉ BECK; SOELI TEREZINHA GUERRA<br />
Trata-se <strong>de</strong> um estudo crítico-reflexivo realizado com base na literatura pertinente e em observações do cotidiano <strong>de</strong> trabalho nas<br />
uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> clínica médica e cirúrgica <strong>de</strong> um hospital universitário, no interior do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (RS). Tem por objetivo<br />
refletir e discutir as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na produção <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos em saú<strong>de</strong> no trabalho hospitalar. O ambiente hospitalar<br />
caracteriza-se por relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r bem <strong>de</strong>marca<strong>da</strong>s, nas quais se observam disputas <strong>de</strong> forças no sentido <strong>de</strong> caracterizar qual é a<br />
categoria profissional que se encontra em posição <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque e mais prestígio nesse espaço. A disputa é acirra<strong>da</strong>, visto a<br />
multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> que se inserem no trabalho hospitalar, todos com formações diversifica<strong>da</strong>s, com <strong>de</strong>sejos e<br />
aspirações profissionais e pessoais distintas. Nesse contexto, observa-se que o médico assume papel diferenciado, <strong>de</strong> intenso<br />
prestígio e reconhecimento, pois é ele quem admite e <strong>de</strong>termina o diagnóstico do cliente, bem como a terapêutica para cura. É ele<br />
também que conce<strong>de</strong> a alta e atesta o óbito. Enfim, quase tudo passa somente por esse profissional. Diante <strong>de</strong>sse panorama, cabe<br />
interrogar: Como os enfermeiros(as) vem se posicionando frente a organização do trabalho hospitalar, que atribui ao médico<br />
posição nuclear e à Enfermagem posição secundária? Como eles lutam para manter ou conquistar mais autonomia e<br />
reconhecimento profissional? Cabe pensar e agir também, pois, como lembra Lunardi Filho (2000), a hospitalização não ocorre<br />
para que as pessoas tenham um diagnóstico confirmado e uma terapêutica instituí<strong>da</strong>, mas sim para terem uma terapêutica<br />
implementa<strong>da</strong>, serem trata<strong>da</strong>s e, principalmente, para serem cui<strong>da</strong><strong>da</strong>s. E quem cui<strong>da</strong>?<br />
DIMENSIONAMENTO DO QUADRO DE PESSOAL DA ENFERMAGEM NA CLÍNICA MÉDICA II DO HOSPITAL<br />
UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA (HUSM)-RS: NOTA PRÉVIA.<br />
JOSÉ LUÍS GUEDES DOS SANTOS; ÉLDER GEWEHR; SIMONE NUNES; ROSÂNGELA MARION DA SILVA;<br />
ADELINA GIACOMELLI PROCHNOW<br />
Com as mu<strong>da</strong>nças nos contextos sócio-econômicos, políticos, culturais e históricos brasileiros, houve um gran<strong>de</strong> aumento na<br />
<strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> pacientes que procuram as instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para reabilitação <strong>de</strong> suas condições não hígi<strong>da</strong>s. Entre eles, nota-se<br />
predominância <strong>da</strong> faixa etária adulta e produtiva <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, com agravos ca<strong>da</strong> vez mais complexos, patologias <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s,