Anais da 27º Semana CientÃfica - Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre
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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />
COMPARAÇÃO DE MORBI-MORTALIDADE PERIOPERATÓRIA E SOBREVIDA ENTRE PACIENTES COM<br />
CARCINOMA COLORRETAL METASTÁTICO SUBMETIDOS À RESSECÇÃO PALIATIVA DO TUMOR PRIMÁRIO OU<br />
TRATADOS ATRAVÉS DE CIRURGIA DE DERIVAÇÃO SEM RESSECÇÃO DO TUMOR PRIMÁRIO.<br />
TIAGO LUÍS DEDAVID E SILVA; DANIEL DE CARVALHO DAMIN; LETÍCIA ROSSI BUENO; CLÁUDIO TARTA;<br />
PAULO DE CARVALHO CONTU; FREDERICO SEDREZ DOS SANTOS; MÁRIO ANTONELLO ROSITO<br />
Introdução: o câncer colorretal é consi<strong>de</strong>rado hoje o segundo tipo mais prevalente no mundo. Acredita-se que 20% dos casos<br />
novos apresentem-se no momento do diagnóstico com doença metastática (estádio IV). Calcula-se que a sobrevi<strong>da</strong> em cinco anos<br />
<strong>de</strong>stes pacientes seja inferior a 10%. Trata-se <strong>de</strong> um grupo heterogêneo, cuja terapêutica i<strong>de</strong>al é tema <strong>de</strong> constante <strong>de</strong>bate.<br />
Objetivos: comparar <strong>de</strong> maneira retrospectiva a evolução dos pacientes com neoplasia maligna do cólon e reto atendidos no<br />
Serviço <strong>de</strong> Coloproctologia/HCPA entre os anos <strong>de</strong> 1998 e 2002 com diagnóstico <strong>de</strong> doença metastática irressecável, dividindo-os<br />
em dois grupos <strong>de</strong> acordo com o tratamento recebido: ressecção paliativa do tumor primário ou cirurgia <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação sem<br />
ressecção do tumor primário. Material e Métodos: <strong>de</strong>lineamento do estudo: série <strong>de</strong> casos retrospectiva. I<strong>de</strong>ntificação dos<br />
pacientes: a partir <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>stro <strong>de</strong> apoio. Critérios <strong>de</strong> inclusão: pacientes com neoplasia maligna primária do cólon e reto com<br />
i<strong>da</strong><strong>de</strong> superior a 18 anos. Critérios <strong>de</strong> exclusão: pacientes em que há indicação formal <strong>de</strong> ressecção do tumor primário, cirurgia <strong>de</strong><br />
urgência/emergência, tratamento oncológico para neoplasia colorretal previamente ao atendimento pelo Serviço <strong>de</strong><br />
Coloproctologia/HCPA. Obtenção dos <strong>da</strong>dos: revisão <strong>de</strong> prontuários e busca ativa <strong>de</strong> informações através <strong>de</strong> contato telefônico.<br />
Resultados: até o momento, 43 pacientes foram incluídos na pesquisa, dos quais 60% eram masculinos. A localização mais<br />
freqüente dos tumores foi o reto, o mais comum sítio <strong>de</strong> metástases, fígado. Dados completos foram obtidos em 30 pacientes.<br />
Destes, 15 realizaram ressecção do tumor primário. A sobrevi<strong>da</strong> média dos pacientes submetidos a ressecção foi <strong>de</strong> 264 dias, e a<br />
dos submetidos a cirurgia <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivação, 202 dias (p=0,202). Conclusão: parece haver uma tendência a maior sobrevi<strong>da</strong> nos<br />
pacientes que realizaram a ressecção do tumor primário.<br />
Hematologia<br />
PREVALÊNCIA DA ANEMIA ENTRE CRIANÇAS DE 6 MESES A 6 ANOS NA CIDADE DE PORTO ALEGRE<br />
CARLOS FRANCISCO PEREIRA DO BEM; LUCIA MARIANO DA ROCHA SILLA; ALICE ZELMANOWICZI<br />
Introdução: a anemia é um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública com conseqüências para o <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico. Dados <strong>da</strong><br />
OMS apontam uma prevalência <strong>de</strong> 40-50% <strong>de</strong> anemia entre escolares (80% ferropriva) nos países não <strong>de</strong>senvolvidos. Os efeitos<br />
<strong>da</strong> anemia em crianças são: <strong>de</strong>pressão imunológica, déficits cognitivos e baixo rendimento escolar. Objetivos: este artigo visa<br />
relatar a prevalência <strong>da</strong> anemia em crianças <strong>de</strong> seis meses a seis anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s classes C, D e E em <strong>Porto</strong> <strong>Alegre</strong>. Deseja-se<br />
confirmar estudos brasileiros que mostram uma prevalência <strong>de</strong> anemia entre 40-50% nessas classes. Esta é uma subanálise do<br />
Projeto Criança Sem Anemia (Hemoamigos HCPA) realizado entre julho e agosto <strong>de</strong> 2006. Métodos: as coletas foram realiza<strong>da</strong>s<br />
em creches e centros comunitários. A equipe obtinha previamente o consentimento dos pais para a coleta. Um entrevistador<br />
treinado aplicava um questionário <strong>de</strong>mográfico aos pais. Estu<strong>da</strong>ntes <strong>de</strong> medicina munidos material para assepsia e curativo, <strong>de</strong><br />
lancetas <strong>de</strong>scartáveis(mesmas usa<strong>da</strong>s para hemoglicoteste), e <strong>de</strong> Hemocue (aparelho que realiza fotoleitura <strong>de</strong> gotícula <strong>de</strong> sangue<br />
mais reagente informando o nível <strong>de</strong> hemoglobina em mg/dl) aferiam a hemoglobina sérica com gota <strong>de</strong> sangue <strong>da</strong> polpa digital.<br />
Os resultados foram estruturados e analisados em planilhas MSExcel. Resultados: 987 crianças (<strong>da</strong>s classes C, D e E) <strong>de</strong> 6 meses<br />
a seis anos foram testa<strong>da</strong>s para anemia. Dessas, 466 apresentaram valores <strong>de</strong> hemoglobina abaixo do valor <strong>de</strong> referência <strong>da</strong> OMS<br />
(11mg/dL <strong>de</strong> 6 meses a 2 anos e 11,5 <strong>de</strong> 2 a 6 anos). A prevalência <strong>da</strong> anemia em crianças <strong>da</strong>s classes C, D e E foi <strong>de</strong> 47,3%.<br />
Conclusão: nossos resultados confirmam estudos <strong>de</strong> prevalência nacionais e <strong>da</strong> OMS sobre anemia em crianças. Esses <strong>da</strong>dos<br />
confirmam a urgência <strong>de</strong> políticas em saú<strong>de</strong> que contemplem o problema.<br />
ALTERAÇÕES NA HEMOSTASIA DE PACIENTES FALCIFORME PODE ESTAR ASSOCIADA A CARBONILAÇÃO DO<br />
FIBRIGÊNIO.<br />
GIOVANA PUJOL VEECK; VANUSA MANFREDINI; LUISA LAUERMANN LAZZARETTI; VANESSA DUARTE<br />
MARTINS; ALINE COGHETTO BACCIN; MARA DA S. BENFATO<br />
Anemia Falciforme é uma doença hereditária, monogênica causa<strong>da</strong> por uma mutação no gene b-<strong>da</strong> globina. A hemoglobina S<br />
(HbSS) é uma variante <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> substituição <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nina por timina no códon (GAG-GTG) codificando valina ao invés <strong>de</strong><br />
ácido glutâmico na posição 6 <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> b-globina. Essa modificação altera a estrutura <strong>da</strong> molécula. Sob <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />
condições, como baixas tensões <strong>de</strong> oxigênio, pH ácido e temperaturas baixas, há polimerização <strong>da</strong>s moléculas <strong>de</strong> hemoglobina,<br />
levando a crises vaso-oclusivas. As espécies reativas <strong>de</strong> oxigênio (EROS), são capazes <strong>de</strong> lesar componentes celulares como<br />
proteínas, lipídios e o DNA. No presente estudo, foram analisa<strong>da</strong>s 78 amostras <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> indivíduos, 30 (Hb AA), 28 (Hb AS)<br />
e 20 (Hb SS) <strong>de</strong> diferentes i<strong>da</strong><strong>de</strong>s, selecionados junto ao Centro <strong>de</strong> Apoio ao Portador <strong>de</strong> Anemia Falciforme (CAPAF-RS).<br />
Verificou-se o nível <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s proteínas plasmáticas e do hemolisado celular através do método do Carbonil. Os resultados<br />
mostram um aumento significativo no nível <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> proteínas plasmáticas dos doentes falciformes em relação aos <strong>de</strong>mais<br />
grupos. Não foi observa<strong>da</strong> diferença significativa no nível <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção no hemolisado celular. Uma vez que o fibrinogênio é a<br />
principal proteína envolvi<strong>da</strong> na cascata <strong>da</strong> coagulação e estes indivíduos apresentam alterações nesta, avaliou-se a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
carbonilação do fibrinogênio in vitro. Para tal, uma solução <strong>de</strong> fibrinogênio foi trata<strong>da</strong> com UVC e H2O2 à temperatura ambiente,<br />
por 1 h. Os <strong>da</strong>dos obtidos mostram que o fibrinogênio submetido ao tratamento acima carbonilou, sendo esta diferença<br />
significativa (P< 0,05). Esses resultados sugerem que a carbonilação plasmática nos pacientes HbSS po<strong>de</strong> contribuir para<br />
alterações na hemostasia. Apoio financeiro ao projeto: Proext-UFRGS, FAPERGS