Anais da 27º Semana Científica - Hospital de Clínicas de Porto Alegre

79
Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)
QUALIDADE DA ATENÇÃO PRÉ-NATAL NA SAÚDE SUPLEMENTAR: PERCEPÇÕES DAS USUÁRIAS.
MICHELI REGINA ETGES; DORA LÚCIA LEIDENS CORREA DE OLIVEIRA
A assistência à saúde realizada pela saúde suplementar no Brasil alcança elevada magnitude quando considerado o número de
beneficiários de tal subsetor de saúde, cerca de 42 milhões de pessoas. Conhecer a qualidade da atenção pré-natal prestada pela
saúde suplementar é pertinente tanto pela representatividade que o conjunto de mulheres usuárias dos serviços possui neste
subsetor quanto pelas altas taxas brasileiras de mortalidade materna e neonatal, as quais sofrem influência do tipo de atendimento
prestado às gestantes durante a atenção pré-natal. Assim, o objetivo do presente estudo consiste em conhecer a percepção de
mulheres que vivenciaram a atenção pré-natal nos serviços de saúde do subsetor suplementar sobre a qualidade desta atenção.
Trata-se de um estudo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada
com dez sujeitos e analisadas através de uma categorização descritiva. Os resultados mostram que, para as
entrevistadas, não há diferença significativa entre as concepções de qualidade idealizadas para um serviço de saúde, seja ele
público ou privado, ou ainda, um serviço que se situe no contexto de práticas em saúde em geral ou especificamente no campo do
pré-natal. Especificadamente na atenção pré-natal, a percepção das entrevistadas sobre a qualidade do atendimento recebido foi
referida como satisfatória, na medida em que supriu suas necessidades e expectativas. Suas experiências permitiram considerar
que a atenção pré-natal no subsetor suplementar está sendo realizada, em parte, conforme as recomendações do Ministério da
Saúde e Organização Mundial da Saúde.
Pneumologia A
TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO COMO TRATAMENTO COMPLEMENTAR NO DESMAME DIFÍCIL:
RELATO DE CASO
DAIANE FALKEMBACH; JANAÍNA BARCELLOS FERREIRA; JOÃO WILNEY FRANCO FILHO; VIVIANE CÔRREA;
ANA CLÁUDIA COELHO
Introdução: O desmame difícil da ventilação mecânica (VM) ainda é um desafio em terapia intensiva. Pacientes em VM
prolongada apresentam déficit de força/endurance, gerando falhas no desmame e aumento do risco de morbidade/mortalidade e os
custos hospitalares. Como tratamento complementar utiliza-se o treinamento muscular respiratório (TMR) através de um aparelho
que impõe carga inspiratória para ganho de força muscular respiratória. Atualmente, existem poucos estudos para suportar este
tipo de intervenção, por isso estudos que aumentem sua evidência são importantes. Objetivo: Relatar o caso de um paciente que
utilizou protocolo de TMR como tratamento complementar ao desmame da VM. Materiais e métodos: Estudo de caso, em que se
aplicou um protocolo de TMR com Threshold IMT na traqueostomia do paciente, com carga de 40% da pressão inspiratória
máxima (PIM), 2 vezes ao dia, 7 dias/semana, associado a períodos progressivos fora da VM. A PIM era mensurada com válvula
unidirecional a cada 3 dias para reajuste da carga. Acompanhou-se o tempo de desmame da VM. Resultados: O desmame da VM
teve duração de 74 dias. Houve aumento da PIM de 22cmH2O para 43cmH2O (aumento de 95,45%) e aumento da carga de
9cmH2O para 17cmH2O (aumento de 91,11%). Conclusões: O paciente ganhou força muscular respiratória, desmamou da VM e
teve alta da UTI. O tratamento complementar com carga inspiratória pode ter contribuído para que os objetivos fossem
alcançados, mas são necessários estudos mais bem desenhados para se chegar a qualquer conclusão sobre esta intervenção no
desmame da VM.
VALOR PROGNÓSTICO DA PROCALCITONINA E DO ESCORE SOFA NA PNEUMONIA ASSOCIADA À
VENTILAÇÃO MECÂNICA
MICHAEL SCHMIDT DUNCAN; RENATO SELIGMAN; SÉRGIO PINTO RIBEIRO; RICARDO KUCHENBECKER;
PEDRO BARCELLOS; DÉBORA GÖTZE; JULIANA SARTORI; KAROLINA DALLA ROSA; LUCIANE RESTELATTO
Introdução: Valores elevados de Procalcitonina (PCT) e no escore SOFA estão associados a pior desfecho na pneumonia
associada à ventilação mecânica (PAV). Objetivo: Comparar o valor prognóstico da PCT e do escore SOFA (Sequential Organ
Failure Assessment) no dia do diagnóstico de PAV (D0) e no quarto dia de tratamento (D4) sobre o desfecho morte. Método: O
escore SOFA e a PCT foram obtidos de uma coorte de 75 pacientes com diagnóstico clínico de PAV estabelecido por Clinical
Pulmonary Infection Score ≥ 7. Os pacientes receberam antibiótico empírico, que foi modificado de acordo com exames culturais.
Em um seguimento de 28 dias, aqueles que faleceram foram considerados não-sobreviventes, e os que permaneceram no CTI ou
receberam alta, sobreviventes. Resultados: As propriedades prognósticas da PCT e do SOFA sobre mortalidade no D0 e no D4
foram obtidas por curvas ROC. A área sob a curva (AUC) da PCT no D0 foi de 0,71 (p=0,003). Para um ponto de corte de 1,90
ng/mL, a sensibilidade foi de 0,62 e a especificidade, 0,73. A AUC da PCT no D4 foi de 0,86 (p