Anais da 27º Semana CientÃfica - Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre
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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />
com a violência, como tráfico, brigas; com questões ambientais, como lixo, poluição <strong>da</strong>s águas; e uma questão muito sutil que é a<br />
relação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre os sexos.<br />
CONHECER, MULTIPLICAR, CONSTRUIR E PREVINIR COM A MÃO NA MASSA<br />
MARISTELA CASSIA PEIXOTO DA SILVA; KEIDI VIVIANE RÜCKERT; JULIANA KLEIN POSADA<br />
A construção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> por meio <strong>da</strong> troca <strong>de</strong> experiência com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma forma <strong>de</strong> conscientização e responsabilização<br />
pela produção coletiva <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>. Após várias discussões coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s pela Secretaria <strong>de</strong> Trabalho Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e Ação Social <strong>de</strong><br />
Novo Hamburgo, em parceira com outras secretarias do município foi criado o Programa Mão na Massa, com a proposta principal<br />
<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r ao ci<strong>da</strong>dão ou ci<strong>da</strong>dã em situação <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica e social, com transferência <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e promoção <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong>. O objetivo principal do programa é levar conhecimento às pessoas sobre prevenção <strong>de</strong> doenças e riscos à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Entre as secretarias participantes está a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SEMSA), que através <strong>de</strong> diferentes estratégias e dinâmicas<br />
busca divulgar e produzir conhecimentos gerais sobre saú<strong>de</strong> tais como: higiene, <strong>de</strong>pressão, imunizações, raiva, sarampo e rubéola,<br />
prevenção <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> colo <strong>de</strong> útero, mama, próstata, DST/HIV/AIDS, drogas e abuso sexual, hipertensão e diabetes, doenças<br />
respiratórias, leptospirose, hepatites, meningites, <strong>de</strong>ngue, planejamento familiar e pré-natal. Após as dinâmicas <strong>de</strong> aprendizagem,<br />
o grupo recebe material informativo para divulgação do referido tema na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os temas são abor<strong>da</strong>dos através <strong>de</strong> diversas<br />
dinâmicas, como palestras, oficinas ou discussões, sempre em interação com os participantes. O projeto é novo, mas com<br />
resultados satisfatórios na solução <strong>de</strong> casos como <strong>de</strong> uma adolescente com crise <strong>de</strong> medo e pânico, <strong>de</strong> uma integrante do grupo<br />
que refere estar com secreção na mama há aproxima<strong>da</strong>mente 13 anos e muitos outros. As dinâmicas levam a “apren<strong>de</strong>r a cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong><br />
si e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral”, realizando assim a prevenção <strong>de</strong> doenças e riscos.<br />
DIFICULDADES RELACIONADAS À FORMAÇÃO E SUPORTE DE GRUPOS DE APOIO A INDIVÍDUOS HIV<br />
SOROPOSITIVOS NO CONTEXTO DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA<br />
JEAN MAUHS; SUSANA SCHUCH<br />
INTRODUÇÃO: Grupo <strong>de</strong> apoio é uma estratégia usa<strong>da</strong> com freqüência no contexto <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> pública para orientação e educação<br />
no processo do autocui<strong>da</strong>do <strong>de</strong> pacientes portadores <strong>de</strong> patologias crônicas. Este trabalho questiona as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s encontra<strong>da</strong>s<br />
para que o indivíduo HIV soropositivo possa ser beneficiado. OBJETIVO: Analisar os fatores que dificultam a formação e a<br />
manutenção <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> apoio para indivíduos HIV soropositivos no contexto do PSF. METODOLOGIA: Estudo qualitativo<br />
realizado com agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, enfermeira e médico e a indivíduos portadores do vírus HIV inclusos <strong>de</strong> um PSF. Realizado em<br />
um município <strong>da</strong> região do Vale dos Sinos/RS, no segundo semestre do ano <strong>de</strong> 2006. RESULTADOS: A dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> maior na<br />
realização <strong>da</strong> pesquisa foi localizar os indivíduos HIV soropositivos acompanhados pelo PSF. Os participantes <strong>de</strong>notam o medo<br />
do preconceito e a incerteza <strong>da</strong> reação por parte <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação ao seu diagnóstico. Além do preconceito e do estigma<br />
<strong>da</strong> doença, foram citados também o medo <strong>da</strong> exposição pública do diagnóstico e esta dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em saber o diagnóstico do<br />
portador HIV soropositivo. Todos foram unânimes em afirmar sobre os benefícios <strong>de</strong> um grupo como este para uma otimização<br />
no tratamento <strong>da</strong> pessoa vivendo com o vírus HIV, seja através <strong>da</strong> sociabilização proporciona<strong>da</strong> ou pelo acesso mais fácil a<br />
respostas para questionamentos freqüentes dos portadores do vírus HIV sobre as constantes mu<strong>da</strong>nças e oscilações no seu estado<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A <strong>de</strong>speito dos reconhecidos avanços na assistência, os achados revelam a persistência <strong>de</strong> comportamentos<br />
discriminatórios e preconceituosos temidos pelos mesmos. CONCLUSÃO: Sugere-se um trabalho integrado entre os centros<br />
especializados no tratamento a indivíduos portadores do vírus HIV e equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> comunitárias com o propósito <strong>de</strong> ampliar a<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência a este paciente. Facilitar <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as formas o acesso do paciente ao tratamento e a medicação resultariam na<br />
maior a<strong>de</strong>são à terapêutica.<br />
CASOS ATENDIDOS PELO PROGRAMA DE PROTEÇÃO À CRIANÇA DO HCPA EM 2006<br />
GRAZIELA ALINE HARTMANN ZOTTIS; ALGERI, SIMONE; MARQUES, MYRIAM FONTE; SALVAGNI, EDILA<br />
PIZZATO; QUAGLIA, MÁRCIA DE CASTRO; BORGES, RÚBIA STEIN; ALMOARQUEG, SHEILA ROVINSKI;<br />
CSORDAS, MICHELE CASSER; AZAMBUJA, MARIA REGINA FAY DE; MACHADO, ÂNGELA<br />
O HCPA <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1986 conta com o Programa <strong>de</strong> Proteção à Criança, formado por equipe multidisciplinar, com objetivo <strong>de</strong>:<br />
diagnosticar e aten<strong>de</strong>r crianças em situação <strong>de</strong> violência; <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seus direitos <strong>de</strong> sobrevivência e bem-estar; trabalhar em<br />
parceria com recursos <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, formando uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio; realizar oficinas com pais e crianças, para evitar recidiva;<br />
documentar casos atendidos para fins <strong>de</strong> estatísticas, estudos e pesquisas. Realiza atendimentos a crianças <strong>de</strong> 0 a 12 anos<br />
encaminhados por profissionais do HCPA. OBJETIVOS: Apresentar o número <strong>de</strong> casos atendidos em 2006, caracterizando tipo<br />
<strong>de</strong> violência, i<strong>da</strong><strong>de</strong> e sexo <strong>da</strong>s crianças, e procedência dos encaminhamentos. METODOLOGIA: Análise <strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong> 51<br />
casos encaminhados entre janeiro e <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006. Através <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem multifatorial e interacional realiza<strong>da</strong> pela equipe,<br />
42 casos foram confirmados como abuso. RESULTADOS: 82% dos casos encaminhados foram confirmados. Destes, 62% foram<br />
encaminhados pelo ambulatório do hospital; 35,6%, pela internação; 2,4%, pela consultoria. Sobre a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s crianças, 19,1%<br />
tinham entre 0 e 1 ano; 23,8%, entre 2 e 3; 11,9%, entre 4 e 5; 14,2%, entre 6 e 7; 19,1%, entre 8 e 9; 7,1%, entre 10 e 11; 4,8%,<br />
entre 12 e 13. Sobre os tipos <strong>de</strong> abuso entre meninos, 34,6% foram casos <strong>de</strong> negligência; 30,8%, abuso sexual; 26,9%, abuso<br />
físico; 7,7%, abuso emocional. Sobre os tipos <strong>de</strong> abuso entre meninas, 43,7% foram casos <strong>de</strong> negligência; 37,5%, abuso sexual;<br />
18,8%, abuso físico. Entre meninos e meninas, totalizaram 38,1% <strong>de</strong> negligência; 33,3% <strong>de</strong> abuso sexual; 23,8% <strong>de</strong> abuso físico e<br />
4,8% <strong>de</strong> abuso emocional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As intervenções realiza<strong>da</strong>s pela equipe multidisciplinar são<br />
fun<strong>da</strong>mentais para interromper o ciclo <strong>de</strong> violência instaurado na dinâmica <strong>de</strong>stas famílias. Lutar pela garantia dos direitos<br />
fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> criança e aju<strong>da</strong>r as famílias na aquisição <strong>de</strong> uma quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> mais satisfatória torna-se priori<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />
quem está comprometido com esta causa.