Anais da 27º Semana Científica - Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)
animais HI, mais 8 HIS foram sacrificados e 9 retornaram às acomodações usuais por 21 dias para recuperação da HI (HIR) e
foram sacrificados no 42º dia. Logo após anestesia, sangue e líquor foram coletados. A S100B foi dosada por imunoluminescência
(Lumat LB9507; EG and G Berthold), usando anticorpos marcados com isoluminol. A técnica é linear até 20 mg/L, e o
coeficiente de variação para as duplicatas abaixo de 5%. Resultados: A proteína S100B no líquor do grupo HI era mais elevada
(1.7±1.2 µg/L) do que no grupo de controle (0.8±0.14 µg/L; p= 0.01), e similar ao grupo da recuperação (1.5±0.6 µg/L). No
sangue, houve perda de amostras e a diferença em níveis séricos de S100B não alcançou significância em teste bicaudal (p=
0.055). Conclusões: Neste estudo, observamos níveis elevados da proteína S100B no líquor dos ratos expostos a HI isocápnica por
21 dias, o que garante a necessidade de se repetir o estudo com números maiores.
EVIDÊNCIA DE INFLAMAÇÃO PULMONAR EM RATOS SUBMETIDOS A MODELO DE APNÉIA DO SONO.
LUIZ FELIPE TEER DE VASCONCELLOS; DENIS MARTINEZ; FABIO F. SOUZA; VIVIANE RAMOS CAGIDO,
WALTER ARAUJO ZIN.
Introdução: Está bem estabelecido que hipóxia crônica e isquemia-reperfusão causam dano e resposta inflamatória em diversos
tecidos. Apnéias do sono causam hipóxia intermitente e inflamação brônquica. Objetivos: Investigar se hipóxia intermitente
produz resposta inflamatória no parênquima pulmonar. Material e Métodos: Submetemos ratos Wistar machos, com 9 meses de
idade, a 21 dias de hipóxia intermitente isocápnica – um modelo de apnéias do sono – com 1 minuto de introdução de mistura
N2/CO2 na câmara até atingir FO2 de 8% e FCO2 de 6% (grupo HI, 18 ratos) e a hipóxia intermitente simulada (HIS, 9 ratos). Ao
final dos 21 dias, 9 animais HI mais nove HIS foram sacrificados e nove retornaram às acomodações usuais por 21 dias para
recuperação (HIR). Os pulmões foram retirados, fixados em formol, corados com HE e analisados sob microscopia óptica pela
técnica de point-counting. Resultados: Os ratos do grupo HI mostraram, em termos de média±DP, número maior, mas não
significante, de células inflamatórias mononucleares (23±5 MN/campo) e polimorfonucleares (16±5 PMN/campo) do que os ratos
HIS (20±4 e 15±5, respectivamente). No grupo HIR, as diferenças também não foram significantes (23±5 e 12±4,
respectivamente). Apenas quando os números de células foram corrigidos pela área de tecido pulmonar, a taxa de MN e do total
(MN+PMN), foi significantemente maior no grupo HI (MN: 5920±1180; total: 9900±1400 células/mm2) do que no HIS (MN:
4790±910; total: 8400±1100 células/mm2; p= 0,012; Mann-Whitney; teste exato monocaudal), mas não no HIR (MN: 5590±620;
total: 8600±1400 células/mm2). Conclusão: Estes resultados preliminares sugerem resposta inflamatória no tecido pulmonar
exposto à hipóxia intermitente e garantem a necessidade de estudo com maior número de animais para confirmação.
ABSCESSO DE PAREDE ABDOMINAL POR TUBERCULOSE: RELATO DE CASO
ADRIANA DE SIQUEIRA CARVALHO; JOYCE HART OLIVEIRA; FABIANA COSTA MENEZES; ISRAEL DE
QUADROS CARDOSO; PAULO DE TARSO R. DALCIN
Introdução: A tuberculose (TB) extrapulmonar constitui de 15 a 20% de todos os casos de TB em pacientes imunocompetentes. O
acometimento pulmonar concomitante está presente em mais de 50% dos casos. Objetivos: Relatar a ocorrência de um caso de
localização atípica de TB em paciente imunocompetente. Materiais e métodos: Estudo prospectivo de paciente com diagnóstico de
TB em parede torácica internado no HCPA em março/2007. Resultados: Homem, 67 anos, imunocompetente, jateador por 43
anos, mantendo exposição ativa. Paciente submetido à colecistectomia por colelitíase há 2 anos, porém com persistência da dor
em hipocôndrio direito mesmo após a cirurgia. Procura atendimento médico por piora do quadro de dor abdominal, febre de até
39°C, sudorese noturna e emagrecimento de 17kg em 1 ano. Mantoux forte reator (11 mm). Tomografia computadorizada de
abdome evidenciou massa de cerca de 8cm junto aos arcos costais à direita, sem plano de clivagem com o fígado.
Videolaparoscopia mostrou tratar-se de abscesso em parede abdominal. O anatomopatológico demonstrou granulomas com
necrose caseosa e presença de bacilos álcool ácido resistentes, selando o diagnóstico de TB extrapulmonar. O raio-x de tórax
evidenciou acometimento intersticial que, associada à história ocupacional relevante, foi compatível com o diagnóstico de
silicose. Entretanto, não sugeria TB pulmonar em atividade. Conclusões: A localização da lesão não é usual. Uma hipótese
levantada para o presente caso seria de inoculação direta dos bacilos por contaminação do material cirúrgico da colecistectomia
videolaparoscópica. Nos casos de TB extrapulmonar atípicos, as amostras de tecidos para a confirmação do diagnóstico podem ser
de difícil obtenção para análise, e os métodos diagnósticos convencionais têm pobres resultados.
CYSTIC FIBROSIS PATIENT WITH BURKHOLDERIA PSEUDOMALLEI INFECTION ACQUIRED IN BRAZIL
ANNELIESE HOFFMANN; AFONSO LUÍS BARTH; MARIA IZOLETE VIEIRA; ALEXANDRE PREHN ZAVASCKI;
ALEX GUERRA FERREIRA; LUIZ GONZAGA JUNIOR; RODOLPHO ALBANO; ELIZABETH DE ANDRADE
MARQUES; FERNANDO ANTONIO DE ABREU E SILVA.
Burkholderia pseudomallei is a rare isolate from cystic fibrosis (CF) patients outside the endemic areas. We report the recovery of
B. pseudomallei from the sputum of a CF patient in Brazil Case report: This is a 17-year-old female patient with CF who lives in
Barra dos Bugres, Mato Grosso do Sul, Brazil, a tropical region. Despite the diagnosis of CF-related diabetes associated with
chronic lung infection by methicillin-susceptible Staphylococcus aureus and Pseudomonas aeruginosa, her pulmonary disease was
well controlled until 2003. The patient had normal lung function and only minor bronchiectactic changes shown by chest
computer tomography. After 2004 her pulmonary condition deteriorated; she presented frequent respiratory exacerbations and
recurrent radiological changes, as well as right upper lobe bronchiectasis. Since 2005, B. pseudomallei has been recovered from
her sputum (phenotipic tests and 16S rRNA gene amplification by PCR and sequencing). This organism has only rarely been
described in CF patients, most cases occuring after travelling to an endemic region. Insulin-dependent diabetes mellitus, a known
risk factor, was also present in our patient. Conclusion: B. pseudomallei is the causative agent of melioidosis, a disease endemic
in areas of Southeast Asia and Northern Australia (1), which usually presents as a febrile illness, ranging from an acute fulminant
sepsis to a chronic debilitating localized infection. Considering that the isolation of B. pseudomallei from CF patients may have
significant therapeutic and prognostic implications, it is important to precisely identify nonfermentative Gram-negative
organisms, even from non-endemic regions.