Anais da 27º Semana CientÃfica - Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre
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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />
longo do estágio. Ao finalizar o estágio têm-se a certeza <strong>de</strong> uma trajetória com amplo aprendizado nas mais varia<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
assistenciais e administrativas. Ao término do estágio fica o <strong>de</strong>safio, aos que <strong>de</strong>sejam seguir a área <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, continuar na<br />
busca pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> assistência à população<br />
GERAÇÃO E GÊNERO NA CONSTITUIÇÃO DE SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADE AOS ACIDENTES E<br />
VIOLÊNCIAS ENTRE JOVENS DE PORTO ALEGRE.<br />
MARCELE PERETTO; MARTA COCCO; MARTA JULIA MARQUES LOPES<br />
O estudo objetiva conhecer e compreen<strong>de</strong>r a morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> por Causas Externas entre jovens na região Lomba do Pinheiro/Partenon,<br />
do município <strong>de</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Alegre</strong>, no período <strong>de</strong> 2002 a 2005. Trata-se <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> morbi<strong>da</strong><strong>de</strong>, híbrido, do tipo ecológico,<br />
baseado em uma série temporal. O instrumento local <strong>de</strong> registro serviu como base, possibilitando ain<strong>da</strong> o georeferenciamento dos<br />
eventos. Utilizou-se para análise, o software SPSS 13.0 e o software Map-Info. A tipologia <strong>da</strong>s Causas Externas e as situações <strong>de</strong><br />
vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> construíram-se a partir <strong>da</strong>s entrevistas semi-estrutura<strong>da</strong>s com 23 jovens, optando-se pela análise <strong>de</strong> conteúdo.<br />
Evi<strong>de</strong>nciou-se 442 jovens vítimas <strong>de</strong> Causas Externas, com predomínio em jovens do sexo masculino (64%). O domicílio<br />
configurou-se no principal local <strong>da</strong>s ocorrências com 45,9%. Os aci<strong>de</strong>ntes domésticos, aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> esporte e lazer, aci<strong>de</strong>ntes com<br />
animais, violência interpessoal e violência sexual estão entre as mais freqüentes. Constatou-se que os jovens são oriundos <strong>de</strong><br />
famílias <strong>de</strong> precária inserção socioeconômica i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> pela ren<strong>da</strong> familiar, baixo nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> dos pais, condições <strong>de</strong><br />
moradia, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos bens <strong>de</strong> consumo; bem como, fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s relações sociais na família e na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. A<br />
violência e os aci<strong>de</strong>ntes para esse grupo populacional fazem parte do cotidiano. Estabelecem relação <strong>de</strong>sses eventos com o<br />
consumo <strong>de</strong> álcool e drogas, hábito <strong>de</strong> fumar, dirigir em alta veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>, condutas agressivas ou violentas, testando os próprios<br />
limites; ain<strong>da</strong>, a potencialização <strong>de</strong>ssas atitu<strong>de</strong>s em grupos. Os achados apontam para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
intersetoriais dirigi<strong>da</strong>s aos jovens, famílias, escola, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, entre outros espaços <strong>de</strong> socialização como resposta às situações<br />
<strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, nas diferentes dimensões.<br />
PREVENINDO DST/AIDS E GRAVIDEZ INDESEJADA ATRAVÉS DE OFICINAS COM ADOLESCENTES EM UMA<br />
ESCOLA DA LOMBA DO PINHEIRO/PORTO ALEGRE<br />
ILVA INÊS RIGO; SHANA MARQUES; GIORDANA DE CÁSSIA PINHEIRO DA MOTA; CAROLINA CAON OLIVEIRA;<br />
MARTA JÚLIA MARQUES LOPES; TATIANA ENGEL GERHARDT<br />
A infecção por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e pelo HIV têm atingido índices elevados na adolescência, assim<br />
como a gravi<strong>de</strong>z in<strong>de</strong>seja<strong>da</strong>. A vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sse grupo populacional a esses eventos, é influencia<strong>da</strong> por fatores culturais,<br />
sociais e econômicos. Durante estágio em Enfermagem Comunitária no bairro Lomba do Pinheiro, <strong>de</strong>senvolvemos a temática <strong>da</strong><br />
sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e suas implicações com escolares <strong>de</strong> uma escola local. Este trabalho relata essa experiência e alerta para a importância<br />
<strong>de</strong> ações que promovam a saú<strong>de</strong> dos adolescentes. Foram realiza<strong>da</strong>s 2 oficinas com 3 turmas <strong>de</strong> 8ª série, totalizando 85 alunos <strong>de</strong><br />
13 a 18 anos. As oficinas foram estrutura<strong>da</strong>s com dinâmicas participativas que oportunizaram o pensamento crítico e a<br />
(re)construção compartilha<strong>da</strong> do conhecimento, além <strong>de</strong> facilitarem a vinculação com o grupo. Refletiu-se sobre adolescência e<br />
suas mu<strong>da</strong>nças corporais, através <strong>de</strong> jogos, <strong>de</strong>monstrações em mo<strong>de</strong>los pélvicos e do compartilhamento <strong>de</strong> experiências. Os<br />
grupos discutiram sobre sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> na adolescência, métodos preventivos, gravi<strong>de</strong>z in<strong>de</strong>seja<strong>da</strong>, infecções por DSTs<br />
e HIV, aborto e suas repercussões. Estimulou-se a integração dos adolescentes à uni<strong>da</strong><strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>da</strong>ndo continui<strong>da</strong><strong>de</strong> às<br />
estratégias <strong>de</strong> prevenção. O trabalho foi <strong>de</strong>safiador na medi<strong>da</strong> em que, discutir sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong> com este público, traz à tona tabus e<br />
crendices. Constatou-se que, para <strong>de</strong>spertar o interesse dos adolescentes, são necessárias estratégias diferencia<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>scontraí<strong>da</strong>s,<br />
que possibilitem a participação e a formação <strong>de</strong> vínculo, promovendo a aprendizagem efetiva para comportamentos <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>do e<br />
prevenção.<br />
CAMINHOS (IN) SEGUROS: INICIANDO UMA NOVA PROPOSTA DE DIAGNÓSTICO<br />
CAROLINA CAON OLIVEIRA; GIORDANA DE CÁSSIA PINHEIRO DA MOTTA; ILVA INÊS RIGO; SHANA<br />
MARQUES; MARTA JÚLIA MARQUES LOPES; TATIANA ENGEL GERHARDT<br />
Introdução: Nas últimas déca<strong>da</strong>s, nota-se o crescimento <strong>da</strong> morbi-mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> por Causas Externas (CEs), sendo as crianças e os<br />
jovens os mais vulneráveis. Vista a relevância do estudo <strong>da</strong>s CEs entre as crianças a fim <strong>de</strong> se evitar a ocorrência <strong>de</strong> agravos à<br />
saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>cidiu-se pela realização <strong>de</strong>ste trabalho com a 3ª série <strong>de</strong> uma escola estadual <strong>da</strong> Lomba do Pinheiro. O estudo foi<br />
inspirado em um projeto colombiano e <strong>de</strong>senvolvido na disciplina <strong>de</strong> Enfermagem Comunitária do curso <strong>de</strong> Enfermagem <strong>da</strong><br />
UFRGS. Objetivo: Levantar as características do caminho percorrido pelas crianças <strong>de</strong> sua casa até a escola, i<strong>de</strong>ntificando os<br />
fatores que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> risco para a chega<strong>da</strong> segura no seu local <strong>de</strong> estudo. Método: Realizou-se um diagnóstico<br />
comunitário através <strong>de</strong> uma oficina que envolveu a confecção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos com narrativas e a construção <strong>de</strong> uma árvore <strong>de</strong><br />
problemas. Por último, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s em um mapa <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> as situações-problema que po<strong>de</strong>m representar algum<br />
risco às crianças. Resultados: A análise dos <strong>de</strong>senhos permitiu i<strong>de</strong>ntificar aspectos negativos como atropelamentos, cachorros<br />
abandonados e violência. Muitas crianças não i<strong>de</strong>ntificaram na<strong>da</strong> negativo no caminho, talvez por não terem discernimento quanto<br />
o que é perigoso ou não. A árvore proporcionou uma reflexão mais direciona<strong>da</strong>, revelando problemas antes não abor<strong>da</strong>dos.<br />
Constatou-se que cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s crianças mora na área consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong> maior risco. Conclusões: Os problemas i<strong>de</strong>ntificados<br />
vão ao encontro dos resultados <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>s notificações <strong>de</strong> CEs <strong>da</strong> região. O olhar sensível <strong>da</strong>s crianças torna inegáveis os<br />
perigos aos quais estão expostas enquanto realizam com insegurança seus caminhos. Este projeto foi um primeiro passo <strong>de</strong> um<br />
longo caminho que visa uma vi<strong>da</strong> mais segura aos integrantes <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.