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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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É necessário que n<strong>os</strong> esforcem<strong>os</strong> para entender como o cotidiano se<br />

estrutura, pois somente olhando para dentro deste processo é que<br />

podem<strong>os</strong> ver como é que esse tempo e esse espaço (que tem como ponto<br />

de partida a quantidade e não o sentido dele) vão mudando seu conteúdo<br />

e propiciando novas relações de consumo. Afinal essa perda do sentido<br />

do tempo, de seus fundament<strong>os</strong>, sua unidade e finalidade, é imp<strong>os</strong>ta por<br />

um processo de produção que só pode se reproduzir reproduzindo a vida<br />

na sociedade como um todo, isto é, produzindo o cotidiano. (p. 13).<br />

A n<strong>os</strong>sa análise se reporta ao cotidiano para que p<strong>os</strong>sam<strong>os</strong> entender a dinâmica do<br />

centro como sendo um espaço do consumo que está ligado ao consumo do espaço<br />

intermediado pela mercadoria, que por sua vez, incide sobre a (re)produção capitalista do<br />

espaço numa relação de competitividade e de complementaridade, pois a necessidade de<br />

consumir surge antes mesmo da mercadoria ser produzida. Sant<strong>os</strong> discute isto a partir da<br />

idéia de que “a produção do consumidor, hoje, precede à produção d<strong>os</strong> bens e serviç<strong>os</strong>.<br />

Então, na cadeia causal, a chamada autonomia da produção cede lugar ao despotismo do<br />

consumo” (2001, p. 48). O respectivo autor chama a atenção para o fato de que a idéia de<br />

“consumismo” anula o cidadão, impedindo que o mesmo enxergue a realidade além das<br />

futilidades, por considerar que nem tod<strong>os</strong> têm acesso a<strong>os</strong> bens produzid<strong>os</strong>, pois a prática do<br />

consumo envolve a figura do cidadão até mesmo para reclamar pel<strong>os</strong> direit<strong>os</strong>. Afirmando<br />

ainda que no caso brasileiro esta situação não é tão agravante, devido ao fato de que em<br />

“n<strong>os</strong>so país jamais houve a figura do cidadão” (SANTOS, 2001, p. 49). Certeau (1994)<br />

destaca o “enigma do consumidor-esfinge” , pois:<br />

Na realidade, diante de uma produção racionalizada, expansionista,<br />

centralizada, espetacular e barulhenta, p<strong>os</strong>ta-se uma produção de tipo<br />

totalmente diverso, qualificada como “consumo”, que tem como<br />

característica suas astúcias, seu esfarelamento em conformidade com as<br />

ocasiões, suas “piratarias”, sua clandestinidade, seu murmúrio<br />

incansável, sem suma, uma quase-invisibilidade, pois ela quase não se<br />

faz notar por produt<strong>os</strong> própri<strong>os</strong> (onde teria o seu lugar?) mas por uma<br />

arte de utilizar aqueles que lhe são imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong>. (p. 94).<br />

As associações podem ser esclarecidas do ponto de vista de que a cidade e o urbano<br />

estão relacionad<strong>os</strong> num contexto que caracteriza as atitudes e atividades que envolvem o<br />

centro e as relações com o consumo e o consumidor, propiciando as imagens <strong>urbana</strong>s, ou<br />

seja, a manifestação do consumo do e no espaço central afirma-se de acordo com a imagem<br />

acerca do espaço que é (re)produzido de acordo com <strong>os</strong> interesses criando uma situação de

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