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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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Para Sant<strong>os</strong> (2002):<br />

Tudo se passa como se a economia dominante devesse, incansavelmente,<br />

entregar-se a uma base desatinada de fluidez. Aqueles que reúnem as<br />

condições para subsistir, num mundo marcado por uma inovação<br />

galopante e uma concorrência selvagem, são <strong>os</strong> mais velozes. Daí essa<br />

vontade de suprimir todo obstáculo à livre circulação das mercadorias, da<br />

informação e do dinheiro, a pretexto de garantir a livre-concorrência e<br />

assegurar a primazia do mercado, tornado um mercado global.<br />

(SANTOS, 2002, p. 275)<br />

N<strong>os</strong>sa análise também está pautada no que Carl<strong>os</strong> (1996) aponta quando revela que:<br />

Apesar da forma fantasmagórica de uma relação entre coisas, a<br />

mercadoria é uma relação social determinada por homens, socialmente. A<br />

mercadoria parece assim como figura autônoma dotada de vida própria e<br />

em relação a<strong>os</strong> homens. No mundo moderno essa situação atingiu o seu<br />

limite. A mercadoria se autonomizou ante o sujeito determinando as<br />

relações entre as pessoas uma vez que o processo de reprodução das<br />

relações sociais dá-se cada vez mais fora da fábrica, na cidade<br />

englobando a sociedade e o espaço inteir<strong>os</strong>, invadindo o cotidiano e<br />

reproduzindo o que Granou chamou de reino da mercadoria. Nesse<br />

contexto o mundo da mercadoria generalizou-se, mas não sem<br />

conseqüências. Na sociedade de consumo passa-se definitivamente da<br />

cultura da escassez-alicerçada na limitação das necessidades-para a da<br />

abundância, esta constituída pela multiplicação d<strong>os</strong> objet<strong>os</strong> e na<br />

amplitude do consumo, onde o homem passa a ser visto e pensado<br />

enquanto simples consumidor, apagando a idéia do homem criativo<br />

substituído pela imagem do consumidor, isto é, homens dominad<strong>os</strong> pelo<br />

valor de troca. Isto porque o alargamento da base econômica da<br />

sociedade requer a multiplicidade d<strong>os</strong> objet<strong>os</strong> produzid<strong>os</strong> com um tempo<br />

de vida cada vez menor. (p. 136).<br />

Tomando como parâmetro as considerações da autora é que relacionam<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />

comerciante informais à multiplicação d<strong>os</strong> objet<strong>os</strong> e à amplitude do consumo, o que explica<br />

a busca incessante por “coisas” que p<strong>os</strong>sam suprimir a intensa necessidade de alcançar o<br />

novo, porém com novas necessidades que surgem a cada instante. Assim, traçar um<br />

paralelo entre <strong>os</strong> camelôs e ambulantes e o próprio centro da cidade de Anápolis passa pela<br />

idéia e análise do próprio consumo, explicado pela sociedade capitalista que impõe<br />

dinâmicas e estratégias no mundo da objetividade, pois “cert<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> da produção,<br />

circulação e do consumo são a área de exercício d<strong>os</strong> atores racionais, enquanto <strong>os</strong> demais<br />

atores se contentam com as frações <strong>urbana</strong>s men<strong>os</strong> equipadas.” (SANTOS, 2002, p. 306)

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