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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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As formas a que se refere a autora estão associadas ao centro da cidade que se<br />

degrada e se renova num duplo sentido destacando as críticas d<strong>os</strong> usuári<strong>os</strong> do espaço, que<br />

procuram sempre intervir na dinâmica da área central. A imagem d<strong>os</strong> camelôs e ambulantes<br />

reflete tais críticas do ponto de vista da insatisfação e da perda do sentido da cidade como o<br />

lugar das p<strong>os</strong>sibilidades com diferentes temporalidades manifestadas pelas ações que<br />

marcam “as formas de us<strong>os</strong> da rua” (CARLOS, 1996, p. 86). Dessa forma, tem<strong>os</strong> que:<br />

O tema da “rua” n<strong>os</strong> coloca diante do fato de que na análise do espaço<br />

urbano o lugar aparece com significad<strong>os</strong> múltipl<strong>os</strong>. A cidade, em si, só<br />

pode ser determinada como lugar à medida que a análise incorpore as<br />

dimensões que se referem à constituição, de um lado, do espaço urbano, e<br />

de outro, aquela da sociedade <strong>urbana</strong>. Todavia a cidade é produzida a<br />

partir da articulação de áreas diferenciadas com temporalidades<br />

diferenciais que se produzem, fundamentalmente, da constituição de uma<br />

forma de apropriação para uso que envolve especificidades que dizem<br />

respeito à cultura, a<strong>os</strong> hábit<strong>os</strong>, c<strong>os</strong>tumes, etc., que produzem<br />

singularidades espaciais que criam lugares na cidade das quais a rua<br />

aparece como elemento importante de análise. (CARLOS, 1996, p. 86)<br />

Os us<strong>os</strong> que envolvem a especificidade por serem apontad<strong>os</strong>, na visão daqueles que<br />

interpretam <strong>os</strong> comerciantes informais (de rua) como o diferente, diz respeito às diferenças<br />

reproduzidas no âmbito d<strong>os</strong> hábit<strong>os</strong> culturais que por sua vez, explicitam a realidade d<strong>os</strong><br />

camelôs e ambulantes, pois de fato há uma forma de apropriação do espaço da rua para uma<br />

prática que não se refere apenas ao ato de passar por ela, mas significa mais que isto: o<br />

momento que marca o seu uso em cada período do dia, pois “<strong>os</strong> us<strong>os</strong> da cidade vist<strong>os</strong><br />

através da rua permitem perceber <strong>os</strong> temp<strong>os</strong> simultâne<strong>os</strong>. Ela guarda múltiplas dimensões”<br />

(CARLOS, 1996, p.88).<br />

Nessa perspectiva, a rua marca a manifestação de múltiplas funções que se<br />

misturam a<strong>os</strong> pedestres e a<strong>os</strong> veícul<strong>os</strong> que trafegam por entre <strong>os</strong> que tentam vender alguma<br />

mercadoria. É o jogo da oferta tentando atrair a procura. Assim:<br />

A rua pode ter o sentido de passagem, apenas enquanto meio – de manhã<br />

o que vem<strong>os</strong> pelas ruas desde as primeiras horas do dia é um grande<br />

fluxo de trabalhadores, que meio acordad<strong>os</strong>, meio sonolent<strong>os</strong>, se dirigem<br />

ao trabalho. A rua pode ter o sentido de fim em si mesma quando seu uso<br />

se volta para, por exemplo, a realização da mercadoria. No caso de São<br />

Paulo há <strong>os</strong> camelôs que se instalam no espaço público da rua,<br />

apropriando-se dela privadamente. Há também o <strong>comércio</strong> de semáforo<br />

nas esquinas mais movimentadas da metrópole onde se vende um pouco

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