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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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visam a recuperar áreas que p<strong>os</strong>sam servir às camadas média e alta tanto para us<strong>os</strong><br />

residenciais quanto comerciais, já que <strong>os</strong> promotores imobiliári<strong>os</strong> intervêm para que as<br />

atividades do setor terciário estejam próximas da zona onde a elite se estabelece. Na<br />

verdade, a renovação favorece o mercado imobiliário, pois a camada de baixa renda não<br />

consegue pagar o preço do uso do solo na área, seja esta central ou localizada em outro<br />

ponto da cidade. Sobre esse aspecto, Singer (1980) avalia que:<br />

[...] a cidade capitalista não tem lugar para <strong>os</strong> pobres. A propriedade<br />

privada do solo urbano faz com que a p<strong>os</strong>se de uma renda monetária seja<br />

requisito indispensável à ocupação do espaço urbano. Mas, o<br />

funcionamento normal da economia capitalista não assegura um mínimo<br />

de renda a tod<strong>os</strong>. Antes pelo contrário, este funcionamento tende a<br />

manter uma parte da força de trabalho em reserva, o que significa que<br />

uma parte correspondente da população não tem mei<strong>os</strong> para pagar pelo<br />

direito de ocupar um pedaço do solo urbano. (p. 88).<br />

A dinâmica do uso do espaço no interior das cidades e que intervém diretamente no<br />

centro, também passa pela análise da atuação do Estado juntamente com <strong>os</strong> especuladores<br />

que organizam <strong>os</strong> lugares para que p<strong>os</strong>sam abrigar formas e funções que muitas vezes<br />

elevam o preço do solo. Enfim, a especulação imobiliária fica à espera da valorização d<strong>os</strong><br />

lotes, que por sua vez serão ocupad<strong>os</strong> seja pela população mais rica ou mesmo pela mais<br />

pobre, tornando-se explícito o caráter da propriedade privada do solo urbano. Contudo, é<br />

interessante apontarm<strong>os</strong> que, diante dessas questões ressaltadas até o momento, é<br />

importante consideram<strong>os</strong> que as modificações da área central também estão presentes n<strong>os</strong><br />

process<strong>os</strong> que desencadeiam <strong>os</strong> desdobrament<strong>os</strong> desta área e que melhor agrupam as<br />

atividades. Isto reflete uma estrutura que está ligada a uma “tendência à localização de<br />

atividades terciárias tipicamente centrais, ao longo de vias de maior circulação de veícul<strong>os</strong>,<br />

traduzindo-se na configuração de eix<strong>os</strong> comerciais e de serviç<strong>os</strong> importantes” (BELTRÃO<br />

SPOSITO, 1991, p. 10).<br />

A paisagem do centro urbano é caracterizada pelas localizações das diversas formas<br />

comerciais estruturadas nesse espaço com uma funcionalidade expressa pelas atividades<br />

instaladas em cada ponto, (re)criando uma imagem que se insere na incessante renovação<br />

do próprio processo de (re)produção do capital, que por sua vez se associa à (re)produção<br />

d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> vivenciad<strong>os</strong> pela cotidianidade e pela generalização da mercadoria, ou seja, o<br />

próprio espaço é concebido como uma mercadoria que tem o seu uso definido pela

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