13.04.2013 Views

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

[...] as formas envelhecem por inadequação física, quando, por exemplo,<br />

ocorre o desgaste d<strong>os</strong> materiais. Já o envelhecimento social corresponde<br />

ao desuso ou desvalorização, pela preferência social de outras formas<br />

permite que haja uma mudança brutal de uso-grandes casas viram<br />

cortiç<strong>os</strong>, mudam de moradias ricas para pobres. O envelhecimento moral<br />

não é tão visível, muda de acordo com o padrão político, econômico,<br />

social e cultural. (SANTOS, 1991, p. 70)<br />

As considerações apontadas sobre a obsolescência das formas e funções destacam o<br />

processo dinâmico que redefine as práticas socioespaciais do/no centro mediante a<br />

complexidade d<strong>os</strong> aspect<strong>os</strong> que interagem nesses espaç<strong>os</strong>, uma vez que “a associação entre<br />

cidade e centro, e a idéia do centro da cidade como sua expressão maior, estão presentes de<br />

forma marcante na sociedade ocidental” (BELTRÃO SPOSITO, 1996, p. 116). Esta<br />

associação se faz presente nas cidades grandes e nas de médio porte, já que apresentam<br />

element<strong>os</strong> que caracterizam as mudanças externas, e principalmente internas. Isto n<strong>os</strong> leva<br />

pensar na apropriação d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> centrais de Anápolis a partir das estratégias d<strong>os</strong><br />

ambulantes e camelôs num contexto que revela nov<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> ligad<strong>os</strong> a<strong>os</strong> nov<strong>os</strong> us<strong>os</strong>.<br />

Falam<strong>os</strong> dessa relação entre nov<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> e nov<strong>os</strong> us<strong>os</strong> diante da estruturação<br />

dessa categoria de trabalhadores que não comercializam <strong>os</strong> produt<strong>os</strong> nas lojas como ocorre<br />

com a lógica do <strong>comércio</strong> formalizado. As mercadorias ficam exp<strong>os</strong>tas nas calçadas,<br />

combinando uma paisagem que mistura us<strong>os</strong> e formas, disponibilizando <strong>os</strong> mais variad<strong>os</strong><br />

produt<strong>os</strong> que as pessoas precisam para satisfazer suas necessidades e permitindo haver uma<br />

disputa pelo cliente, pois fazem de tudo para chamar a atenção d<strong>os</strong> fregueses, carregam as<br />

mercadorias n<strong>os</strong> ombr<strong>os</strong>, revelando a apropriação do espaço que Sobarzo (2004) discute<br />

com base na escala do corpo percebida apenas pelo deslocamento das pessoas de um ponto<br />

ao outro.<br />

O que verificam<strong>os</strong>, atualmente, é que cada vez mais as calçadas serem apropriadas<br />

por esse tipo de comerciante como se estivessem inventando uma nova maneira de vender<br />

<strong>os</strong> seus produt<strong>os</strong>. As mercadorias ficam exp<strong>os</strong>tas n<strong>os</strong> locais onde circulam <strong>os</strong> pedestres,<br />

uma vez que também fazem parte da atual condição de reprodução d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> destinad<strong>os</strong><br />

ao consumo. No caso de Anápolis, nas principais ruas do centro, onde foi realizada a<br />

pesquisa de campo, apontam um uso do espaço de forma que a mercadoria acaba entrando<br />

em choque com as lojas que também utilizam as calçadas, revelando a dinâmica do uso e,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!