13.04.2013 Views

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A dificuldade provavelmente reside no receio do trabalhador de abrir<br />

mão de sua autonomia para compartilhar o destino d<strong>os</strong> outr<strong>os</strong>, de cujo<br />

caráter e integridade ele não tem provas. Este receio é superado, no<br />

entanto, se alguma cooperativa puder ser formada e o seu êxito<br />

demonstrar que trabalhadores informais são capazes de criar<br />

empreendiment<strong>os</strong> competitiv<strong>os</strong> no mercado e que remuneram o trabalho<br />

melhor e de modo mais sistemático do que a atividade individual. A<br />

experiência nacional e internacional indica que a organização cooperativa<br />

requer apoio constante, ao men<strong>os</strong> em sua fase inicial, para ajudar <strong>os</strong><br />

nov<strong>os</strong> cooperadores a ganhar cultura solidária e capacitação gerencial.<br />

(SINGER, 2000, p. 13)<br />

Singer (2000, p. 13) avalia que uma sup<strong>os</strong>ta solidariedade entre <strong>os</strong> sindicat<strong>os</strong> com<br />

<strong>os</strong> trabalhadores informais tem ampla aplicação, uma vez que se houvesse o estreitamento<br />

d<strong>os</strong> laç<strong>os</strong> entre formais e informais estariam estes unid<strong>os</strong> na luta contra a “hegemonia do<br />

grande capital”.<br />

Para Martins, caím<strong>os</strong> num erro quando usam<strong>os</strong> o termo “exclusão” para designar <strong>os</strong><br />

problemas ligad<strong>os</strong> ao projeto neoliberalista tomando como análise a pobreza. Assim:<br />

Certamente, um sério erro de interpretação, que tod<strong>os</strong> podem<strong>os</strong> cometer,<br />

é o de trabalhar a p<strong>os</strong>sivelmente “nova” cara da pobreza, utilizando uma<br />

dicotomia interpretativa: existe exclusão e a exclusão é produto do<br />

“projeto” neoliberal (como se f<strong>os</strong>se p<strong>os</strong>sível numa economia capitalista<br />

que tem como lógica a expansão e o crescimento, expandir-se e crescer<br />

sem mercado, sem compradores, sem incluíd<strong>os</strong>, somente com<br />

excluíd<strong>os</strong>!). (MARTINS, 1997, p. 28-9)<br />

De acordo com o autor, é complicado dizer que há uma massa de excluíd<strong>os</strong> num<br />

sistema cujo mercado é que regulamenta as decisões e que tem como base fundamental <strong>os</strong><br />

compradores, e aqueles que configuram como excluíd<strong>os</strong> não poderiam compor as<br />

estratégias ligadas ao <strong>comércio</strong> e consumo. Portanto, utilizar o termo pobre para designar<br />

<strong>os</strong> camelôs ambulantes seria adequado do ponto de vista do próprio poder de compra, uma<br />

vez que o centro das cidades comporta funções que se misturam a<strong>os</strong> seus usuári<strong>os</strong> de<br />

acordo com a classe social e a renda, porém a dinâmica comercial atual associa vári<strong>os</strong> tip<strong>os</strong><br />

de atividades a<strong>os</strong> vári<strong>os</strong> tip<strong>os</strong> de consumidores, podendo inclusive haver opções que<br />

envolvam pobres e ric<strong>os</strong> na esfera do consumo, principalmente quando vem<strong>os</strong> a rua<br />

também ser transformada num espaço de compra e venda, como n<strong>os</strong> afirma Carl<strong>os</strong> (1996)<br />

ao dizer que esta tem o sentido do mercado com valor de troca.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!