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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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Quando um promotor imobiliário resolve agregar determinada área ao<br />

espaço urbano, ele visa um preço que pouco ou nada tem a ver com o custo<br />

imediato da operação. A “valorização” da gleba é antecipada em função de<br />

mudanças na estrutura <strong>urbana</strong> que ainda não estão por acontecer e, por isso,<br />

o especulador se dispõe a esperar um certo período, que pode ser bastante<br />

longo, até que as condições propícias se tenham realizado. (SOUZA, 2003,<br />

p.28).<br />

Nessa perspectiva, a análise da área central, que é a que n<strong>os</strong> interessa neste<br />

momento da reflexão, e a dinâmica do uso do solo urbano e as estratégias de localização do<br />

<strong>comércio</strong> <strong>informal</strong> passam pela determinação da renda da terra, que enfoca o espaço urbano<br />

como propriedade privada, pois de acordo com Singer (1980) qualquer localização por pior<br />

que seja precisa ser alugada ou mesmo comprada, contribuindo para aumentar <strong>os</strong> lucr<strong>os</strong>.<br />

Sob essa ótica, tem<strong>os</strong> a renda absoluta que se concretiza mediante o pagamento d<strong>os</strong><br />

aluguéis determinad<strong>os</strong> “pela margem existente entre o preço de mercado d<strong>os</strong> produt<strong>os</strong> da<br />

empresa que utiliza esta localização e o seu preço de produção” (SINGER, 1980, p. 81).<br />

Para Beltrão Sp<strong>os</strong>ito (1991):<br />

[...] morar próximo ao centro ainda se constitui uma situação<br />

interessante, não permitindo a emergência de grandes interregn<strong>os</strong> de<br />

tempo, onde se dariam simultaneamente process<strong>os</strong> de abandono pela<br />

função residencial e não absorção pelas atividades centrais de padrão<br />

médio e alto, provocando a deterioração das áreas imediatamente<br />

próximas ao centro, devido à sua ocupação por atividades comerciais e<br />

de serviç<strong>os</strong> voltadas a uma clientela de menor poder aquisitivo ou<br />

marginal (no sentido socioeconômico desta expressão. (p. 10).<br />

Dessa forma, vem<strong>os</strong> a cidade como expressão d<strong>os</strong> interesses imobiliári<strong>os</strong> e que<br />

representa uma relação de lugares em que as estratégias espaciais se mantêm como<br />

instrument<strong>os</strong> de planejamento. Na visão de Damiani (2001) encontram<strong>os</strong> a seguinte<br />

constatação:<br />

O processo produtivo, entre outras razões, também, explica o avanço do<br />

estruturalismo, no final d<strong>os</strong> an<strong>os</strong> 60, com o acento nas estruturas<br />

inteligíveis, e o repúdio ao vivido. O império do lógico, das articulações<br />

e descontinuidades, do entendimento analítico se dá em detrimento do<br />

movimento dialético d<strong>os</strong> conteúd<strong>os</strong>. Lembrem-se do refúgio à<br />

antropologia d<strong>os</strong> pov<strong>os</strong> primitiv<strong>os</strong>, <strong>os</strong> pov<strong>os</strong> sem história, que viveriam,<br />

em princípio, a eternidade de suas estruturas. Na prática, além de uma

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