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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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necessidade de grandes espaç<strong>os</strong> e de um grande número de trabalhadores.<br />

Mas ainda, assim, o centro, ou pela presença ou pela crença continua a<br />

ser procurado como local de p<strong>os</strong>sível oferta de trabalho, graças à<br />

diversidade de atividades que ainda encontra e pelo seu acesso. (ALVES,<br />

1999, p. 133-4)<br />

O centro é o lugar das tentativas e das p<strong>os</strong>sibilidades, onde o diferente acontece e <strong>os</strong><br />

desafi<strong>os</strong> contestam a imagem da diversidade das formas e funções com conteúd<strong>os</strong> que<br />

descrevem “a p<strong>os</strong>sibilidade do encontro com desconhecid<strong>os</strong>, com a garantia do anonimato”<br />

(ALVES, 1999, p. 134). Ainda para Alves (1999):<br />

Os lugares públic<strong>os</strong> do centro, além de marcarem a existência do poder,<br />

também se apresentam como p<strong>os</strong>sibilidade para o exercício da liberdade.<br />

Os lugares públic<strong>os</strong> caracterizam-se por serem locais onde é p<strong>os</strong>sível<br />

discutir-se livremente, estabelecendo relações entre diferentes, mesmo<br />

que permeadas pela compra e aquisição de produt<strong>os</strong>. Esses lugares<br />

tornam-se <strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> da liberdade, do anonimato que p<strong>os</strong>sibilitam o livre<br />

trânsito pela cidade, sendo, portanto, uma derivação do movimento, hoje<br />

quase totalmente ligado ao ato do consumo normatizado, o que tende a<br />

levar o isolamento das pessoas que acabam por se sentirem vigiadas. (p.<br />

172).<br />

O que buscam<strong>os</strong> destacar neste item sobre a relação da apropriação d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong><br />

públic<strong>os</strong> pel<strong>os</strong> camelôs e ambulantes são as estratégias que fazem do centro uma área<br />

imprópria para as funções que buscam o convívio na experiência do vivido, na literatura<br />

das festas, pois o centro em si precisa estar planejado de acordo com as estratégias do<br />

sistema econômico revelando a racionalidade do lugar. Mas como pensar n<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong><br />

centrais sem a presença d<strong>os</strong> comerciantes de rua? A idéia do centro não é para aqueles que<br />

o planejam, do ponto de vista da normatização, como uma área que deve servir ao uso<br />

atrelado ao consumo? Portanto, a <strong>informal</strong>idade apresenta-se como uso e consumo ligada à<br />

formalidade racional do centro pela via do público interagindo no privado, isto é, as<br />

atividades se complementam numa realidade em que não é mais p<strong>os</strong>sível separá-las do<br />

contexto que compreende a área central, embora por outro lado, hajam iniciativas que<br />

procuram transformar tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> na esfera dessa normatização, “impedindo a<br />

apropriação do espaço, através da propriedade privada” (ALVES, 1999, p. 187).<br />

Ao impedir <strong>os</strong> us<strong>os</strong> através das coações que condenam a presença de comerciantes<br />

informais cria-se uma situação em que as opressões se tornam marcantes, já que <strong>os</strong> fiscais

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