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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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dialética mumificada, o avanço da tecnocracia, de uma sociedade<br />

burocrática, do planejamento estatista, justifica a afirmação desse<br />

pensamento. Em geografia, recordem<strong>os</strong> o desenvolvimento da ciência<br />

espacial, quantitativa, contestando as explicações de fenômen<strong>os</strong> únic<strong>os</strong>.<br />

Definia-se como verdadeiramente científica, decifrando <strong>os</strong> padrões<br />

espaciais e apoiando as atividades de planejamento. Quanto ao<br />

estruturalismo, ele representa ideologicamente, a atividade d<strong>os</strong><br />

tecnocratas, que se ocupam de utilizar o saber para “estruturar” o espaço<br />

na perspectiva de um crescimento ilimitado, com um meio de ação<br />

particularmente poder<strong>os</strong>o e mesmo eficaz: a burocracia. (p. 53).<br />

Analisando a constatação acima com relação à lógica das articulações no âmbito das<br />

práticas estruturalistas, burocráticas e de monopólio existentes na maioria das cidades e<br />

associando à renda de monopólio que Singer (1980) discute tem<strong>os</strong> o seguinte:<br />

[...] Decorre da existência de localizações que conferem a<strong>os</strong> que as<br />

ocupam o monopólio do fornecimento de determinadas mercadorias. É o<br />

caso, por exemplo, de bares e restaurantes localizad<strong>os</strong> em escolas, clubes,<br />

estádi<strong>os</strong> de esportes, aeroport<strong>os</strong> e semelhantes, afastad<strong>os</strong> de outr<strong>os</strong><br />

estabeleciment<strong>os</strong> congêneres, que por isso dispõem de um público<br />

“cativo”. Estão no mesmo caso <strong>os</strong> que têm lojas em “shopping centers”,<br />

dispondo nestes a exclusividade de venda de determinadas mercadorias.<br />

Nestas condições, <strong>os</strong> que dispõem do monopólio, graças à localização,<br />

podem cobrar preç<strong>os</strong> mais elevad<strong>os</strong> pel<strong>os</strong> produt<strong>os</strong> que vendem, o que dá<br />

lugar a uma renda de monopólio, que é, em geral, apropriada no todo ou<br />

em parte pelo proprietário do imóvel. Quando o proprietário é uma<br />

associação sem fins de lucro (escolas, clubes) pode ocorrer que ele abra<br />

mão da renda de monopólio em troca de uma diminuição d<strong>os</strong> preç<strong>os</strong><br />

cobrad<strong>os</strong> pela empresa que arrenda o local. Mas estes cas<strong>os</strong> constituem<br />

exceções (p. 82).<br />

Se levarm<strong>os</strong> em consideração tais apontament<strong>os</strong>, concluirem<strong>os</strong> que o solo urbano<br />

apresenta características que o tornam competitivo, principalmente do ponto de vista da<br />

localização, uma vez que esta é primordial no que diz respeito às estratégias do mercado<br />

imobiliário, que atua de acordo com as estratégias do sistema capitalista, já que o acesso a<br />

cert<strong>os</strong> serviç<strong>os</strong> visa a privilegiar as localizações de acordo com a demanda e com <strong>os</strong><br />

recurs<strong>os</strong> disponíveis. Isto serve tanto para quem usa o espaço para morar ou para trabalhar,<br />

justificando a idéia de renda diferencial, que pode ser interpretada pelo superlucro que cada<br />

localização específica proporciona no sentido da própria segmentação socioespacial.<br />

Entretanto, Lipietz (1988) discute o seguinte:

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