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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> públic<strong>os</strong> no centro das cidades com enfoque para as ruas e calçadas, descreve<br />

um ambiente que aponta para “o conflito pelo uso do espaço revelando a essência do<br />

processo social: a propriedade lutando contra a apropriação” (SEABRA, 1996, p. 79).<br />

Ainda, para Seabra (2004), num outro momento:<br />

[...] a espacialidade específica do capitalismo, discutida e interrogada por<br />

volta das questões de segregação socioespacial (década de 1970), ganhou<br />

graus de complexidade, mas torna-se mais clara, se examinada a partir da<br />

vida cotidiana, porque o cotidiano não pode passar sem espaç<strong>os</strong> e temp<strong>os</strong><br />

apropriad<strong>os</strong> (territóri<strong>os</strong> do uso), sejam quais forem as separações ou, o<br />

grau de exclusão social que comporta. São <strong>os</strong> fundament<strong>os</strong> desiguais<br />

desta sociedade que explicam a sua própria espacialidade. Sejam,<br />

quarteirões bem equipad<strong>os</strong> com alto valor imobiliário ou as áreas<br />

precariamente urbanizadas. (p. 183).<br />

No entanto, vivenciam<strong>os</strong> experiências que colocam o <strong>comércio</strong> <strong>informal</strong> cada vez<br />

mais presente no contexto da cidade com estratégias que atraem consumidores de várias<br />

classes sociais e que dão forma e conteúdo à função no sentido de não ser atividades que se<br />

constituem fora do sistema econômico, uma vez que buscam<strong>os</strong> sempre trabalhar com a<br />

prop<strong>os</strong>ta de uma alternativa encontrada para solucionar, mesmo que de forma imediata, <strong>os</strong><br />

problemas estruturais do desemprego. É preciso compreender que o “uso está sempre<br />

guardado no c<strong>os</strong>tume, fundando mod<strong>os</strong> de ser” (SEABRA, 1996, p. 81).<br />

De fato, buscam<strong>os</strong> o sentido da atuação dessa forma de <strong>comércio</strong> que também cria e<br />

recria nov<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> de consumo a partir das bancas exp<strong>os</strong>tas nas vias públicas que<br />

emergem de acordo com as estratégias que configuram e articulam <strong>os</strong> us<strong>os</strong> do espaço e do<br />

tempo, que é diferenciado entre cada indivíduo e, mesmo, d<strong>os</strong> c<strong>os</strong>tumes que engendram as<br />

manifestações do/no centro. Sobre esse assunto discutim<strong>os</strong> que o sentido da manifestação<br />

está atrelado a<strong>os</strong> sign<strong>os</strong> e símbol<strong>os</strong> que congregam o centro das cidades numa perspectiva<br />

que caracteriza o próprio uso do espaço mediante <strong>os</strong> element<strong>os</strong> nov<strong>os</strong> e às imagens novas.<br />

Ferrara (2000) assim se reporta à idéia:<br />

A sintaxe da imagem <strong>urbana</strong> é um desafio visual da percepção que a<br />

registra, flagrando-a n<strong>os</strong> seus element<strong>os</strong> distintiv<strong>os</strong>: cores, formas,<br />

texturas, volumes, localização, tempo histórico. Essa visualidade é<br />

proporcional à familiaridade com que se desenvolve a relação diária do<br />

usuário urbano com aqueles element<strong>os</strong>, ou seja, é mais ou men<strong>os</strong> distinta<br />

e percebida quanto mais é distinguida pelo olhar habituado ao cotidiano<br />

das suas características visuais. Percebe-se a imagem à medida que é<br />

reconhecida, descrita e identificada. Ao lado dessa percepção visual e

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