13.04.2013 Views

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

airro também pode ser pensada na visão do centro, visto que <strong>os</strong> papéis desempenhad<strong>os</strong><br />

apontam para <strong>os</strong> us<strong>os</strong> determinad<strong>os</strong> por relações espaço-temporais (Carl<strong>os</strong>, 2001). No<br />

entanto, tem<strong>os</strong> que:<br />

A rua, domínio do espaço público, por excelência, constrói-se a partir de<br />

experiências vividas, em que <strong>os</strong> laç<strong>os</strong> que unem as pessoas são cada vez<br />

mais tênues, em que <strong>os</strong> trajet<strong>os</strong> se organizam como tempo imp<strong>os</strong>to,<br />

capturado pelo consumo. As ruas, transformadas em lugares de <strong>comércio</strong>,<br />

pontuadas por vitrines ou ocupadas pelo <strong>comércio</strong> ambulante, reorientam<br />

<strong>os</strong> pass<strong>os</strong> e marcam o emprego do tempo na metrópole. (CARLOS, 2001,<br />

p. 240).<br />

Diríam<strong>os</strong> que não é só na metrópole que isso ocorre, já que a rua moldada em<br />

função do <strong>comércio</strong> é uma situação que faz parte da normatização imp<strong>os</strong>ta pelo sistema<br />

capitalista em que predomina a racionalidade na esfera do lucro. Ainda para Carl<strong>os</strong> (2001):<br />

(...) a rua regula o tempo além do tempo de trabalho com sua extensão<br />

natural, se submetendo à mesma racionalidade, aquela do rendimento e<br />

do lucro, o que revela o predomínio do econômico levado ao extremo<br />

pelo modo em que as ruas e avenidas rasgam <strong>os</strong> bairr<strong>os</strong>, afastam o<br />

flaneur, as donas de casa, as crianças e <strong>os</strong> velh<strong>os</strong>, e onde a eliminação<br />

d<strong>os</strong> símbol<strong>os</strong> se dá de forma inequívoca em proveito d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> que<br />

normatizam o comportamento, organizam o tempo e o uso do espaço,<br />

coordenando as relações sociais medidas pelas mercadorias. (p. 243).<br />

A rua por sua vez, expressa o movimento das proibições/restrições/coações imp<strong>os</strong>to<br />

pelo poder público, além da condição de ter se transformado num “lugar de passagem”, de<br />

<strong>comércio</strong>, cujo o próprio espaço tornou-se expressão da troca. Assim, a apropriação<br />

também favorece a troca, uma vez que “ao sentido do uso prático se superpõe o consumo<br />

do signo, e a mercadoria passa a ser produtora de uma realidade, pois se transforma em<br />

objeto valorizado e desejado em si mesmo”. (CARLOS, 2001, p. 250). Contudo, a rua,<br />

como um objeto desejado, é caracterizada como interesse advindo tanto d<strong>os</strong> gestores quanto<br />

da população, que contraditória em suas ações critica a atuação d<strong>os</strong> comerciantes de rua ao<br />

mesmo tempo em que consome <strong>os</strong> produt<strong>os</strong> vendid<strong>os</strong> por estes. Assim, em qualquer<br />

situação:<br />

As compras e <strong>os</strong> lugares de compras são importantes para pensar as<br />

relações entre as pessoas no bairro e as transformações que o bairro sofre,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!