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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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integrada no contexto da atual conjuntura econômica. Para tal, recorrem<strong>os</strong> a alguns autores<br />

que tratam a questão, apontando as idéias de cada um para chegarm<strong>os</strong> a um consenso sobre<br />

o papel que esses trabalhadores desempenham na sociedade <strong>urbana</strong>.<br />

Como já foi ressaltado, o fenômeno da <strong>informal</strong>idade surgiu com a comercialização<br />

de pequen<strong>os</strong> excedentes para complementar a renda familiar, já que <strong>os</strong> salári<strong>os</strong> recebid<strong>os</strong><br />

por aqueles que estavam engendrad<strong>os</strong> no movimento da venda da força de trabalho nunca<br />

acompanharam as despesas com as necessidades humanas consideradas básicas. Para<br />

Sant<strong>os</strong> (1979):<br />

A existência de uma massa de pessoas com salári<strong>os</strong> muito baix<strong>os</strong> ou<br />

vivendo de atividades ocasionais, ao lado de uma minoria com rendas<br />

muito elevadas, cria na sociedade <strong>urbana</strong> uma divisão entre aqueles que<br />

podem ter acesso de maneira permanente a<strong>os</strong> bens e serviç<strong>os</strong> oferecid<strong>os</strong> e<br />

aqueles que, tendo as mesmas necessidades, não têm condições de<br />

satisfazê-las. Isso cria ao mesmo tempo diferenças quantitativas e<br />

qualitativas no consumo. Essas diferenças são a causa e o efeito da<br />

existência, ou seja, da criação ou da manutenção, nessas cidades, de dois<br />

circuit<strong>os</strong> de produção, distribuição e consumo d<strong>os</strong> bens e serviç<strong>os</strong>. (p.<br />

29).<br />

Esse autor pr<strong>os</strong>segue dizendo que “o circuito inferior constitui uma estrutura de<br />

abrigo para <strong>os</strong> citadin<strong>os</strong> antig<strong>os</strong> ou nov<strong>os</strong>, desprovid<strong>os</strong> de capital e de qualificação<br />

profissional” (SANTOS, 1979, p. 189). O que surge, para nós, como resp<strong>os</strong>ta a todas as<br />

colocações presentes sobre a questão d<strong>os</strong> trabalhadores informais, sejam eles ambulantes ou<br />

camelôs (depende do adjetivo que se emprega para designar a terminologia), autônom<strong>os</strong> e<br />

outr<strong>os</strong> é o fato já assinalado em outro ponto sobre a relação existente entre a formalidade e<br />

a <strong>informal</strong>idade, já que as mercadorias que <strong>os</strong> camelôs e ambulantes comercializam estão<br />

inseridas num processo que envolve <strong>os</strong> proprietári<strong>os</strong> d<strong>os</strong> mei<strong>os</strong> de produção e <strong>os</strong> que<br />

vendem unicamente a força de trabalho, lembrando que em muit<strong>os</strong> cas<strong>os</strong> <strong>os</strong> vendedores<br />

ambulantes e camelôs não são <strong>os</strong> don<strong>os</strong> das bancas, são funcionári<strong>os</strong> d<strong>os</strong> don<strong>os</strong> das bancas.<br />

De fato há uma relação conjugada entre a formalidade e a <strong>informal</strong>idade, cuja<br />

dinâmica d<strong>os</strong> informais, mais precisamente <strong>os</strong> do <strong>comércio</strong> ambulante, apresenta-se<br />

modificada estruturalmente, isto é, não podem<strong>os</strong> pensar que essas pessoas estão fora do<br />

circuito econômico urbano.

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