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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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se associa à compra e à venda de um “direito de uso temporário.”<br />

(CARLOS, 2001, p. 64).<br />

A apropriação e a subordinação do espaço público no plano do econômico ressalta a<br />

idéia do espaço-mercadoria, uma vez que <strong>os</strong> ambulantes e camelôs utilizam o espaço<br />

público das ruas, calçadas e praças para vender <strong>os</strong> produt<strong>os</strong>, mas sem transformar a idéia do<br />

espaço público em privado, pois não compram <strong>os</strong> pedaç<strong>os</strong> do chão e nem pagam um<br />

aluguel por se alocarem nessas áreas. Poderíam<strong>os</strong> pensar que esses espaç<strong>os</strong> fazem parte das<br />

estratégias de reprodução da vida? Ou não?<br />

Há uma demonstração indicada por Yázigi (2000), em que faz menção ao fato de<br />

que nas ruas acontecem tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> tip<strong>os</strong> de transações, as legais, mas que no fundo são ilegais<br />

e vice-versa. A referência deste autor está baseada na realidade de São Paulo, mas, no<br />

entanto, podem<strong>os</strong> associar <strong>os</strong> fat<strong>os</strong> com outras situações, uma vez que:<br />

Como em outras formas de economia, o <strong>comércio</strong> de rua apresenta<br />

estabeleciment<strong>os</strong> legais e ilegais, com preponderância d<strong>os</strong> segund<strong>os</strong>: isto<br />

é, não p<strong>os</strong>suem o termo de permissionári<strong>os</strong>. Além disto, incluem outras<br />

ilegalidades banidas pelo Código Penal (drogas, pr<strong>os</strong>tituição,<br />

contrabando, etc) - donde, também, a clandestinidade. Trata-se de um<br />

cenário que comercializa quase que só bens produzid<strong>os</strong> em outr<strong>os</strong><br />

lugares, salvo cas<strong>os</strong> particulares. Aí torna-se cada vez maior o volume de<br />

produt<strong>os</strong> originári<strong>os</strong> do circuito superior, repassad<strong>os</strong> clandestinamente,<br />

sem notas ou recolhimento d<strong>os</strong> devid<strong>os</strong> imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong>. (YÁZIGI, 2000, p.<br />

183).<br />

Tais considerações são esclareciment<strong>os</strong> sobre o funcionamento não só das<br />

atividades que se desenrolam nas ruas, mas de todas que fazem parte do esquema de<br />

aquisição de lucro, pois para analisá-lo é preciso avaliar o conjunto em que se insere a<br />

economia <strong>urbana</strong>, já que “a busca de formas eficazes de p<strong>os</strong>síveis regulamentações do<br />

<strong>comércio</strong> de rua terá de ter por base o repensamento de todo o processo produtivo”<br />

(YÁZIGI, 2000, p. 182). Ainda, segundo o autor, não podem<strong>os</strong> interpretar o <strong>informal</strong> como<br />

uma dualidade, pois há relações entre a formalidade e a <strong>informal</strong>idade apontadas neste<br />

trabalho por autores que demonstraram que não é p<strong>os</strong>sível haver uma separação entre<br />

ambas, pois elas estão contidas na amplitude do processo produtivo. (YÁZIGI, 2000).<br />

A economia de rua que tem como elemento principal a figura d<strong>os</strong> camelôs e<br />

ambulantes é dependente de espaç<strong>os</strong> que são públic<strong>os</strong>, mas que se tornam privad<strong>os</strong> quando

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