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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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No Brasil, as primeiras experiências relacionadas a<strong>os</strong> vendedores ambulantes,<br />

segundo alguns autores como Ramires (2001), apontam para <strong>os</strong> mascates, personagens<br />

brasileir<strong>os</strong> presentes na literatura do país, que viviam levando ao alcance de algumas<br />

pessoas, as mercadorias porta a porta, personagem brasileiro presente na literatura do país.<br />

Muit<strong>os</strong> concebem esta realidade discutindo que:<br />

Várias são as iconografias em que é p<strong>os</strong>sível ver pessoas vendendo<br />

mercadorias nas ruas (ou trilhas, quando estas eram mais freqüentes que<br />

aquelas) e <strong>os</strong> mais velh<strong>os</strong> se recordam de ambulantes, que negociavam<br />

camisas, gravatas etc., e de deficientes físic<strong>os</strong>, que comercializavam<br />

bilhetes de loteria. Contudo, a forma que o <strong>comércio</strong> <strong>informal</strong> de rua<br />

p<strong>os</strong>sui atualmente (inúmeras barracas fixas nas ruas), com o aumento do<br />

desemprego, ganhou um grande impulso no final da década de 80.<br />

(RAMIRES, 2001, p. 26).<br />

Entretanto, o autor considera que é preciso separar as visões sobre <strong>os</strong> mascates e <strong>os</strong><br />

atuais camelôs e ambulantes, pois não são <strong>os</strong> mesm<strong>os</strong>, já que <strong>os</strong> mascates eram sinônim<strong>os</strong><br />

de alguma ascensão social, enquanto que <strong>os</strong> camelôs, na atualidade, não podem ser mais<br />

vist<strong>os</strong> como aqueles que fazem parte de uma economia de subsistência e não-capitalista,<br />

pois:<br />

Em muit<strong>os</strong> cas<strong>os</strong>, o dinheiro empregado na aquisição das barracas e das<br />

mercadorias provém d<strong>os</strong> moment<strong>os</strong> de formalidade, de poupanças<br />

acumuladas enquanto <strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong> estavam empregad<strong>os</strong>. Assim, as<br />

condições materiais que servem de alavanca para a iniciativa da<br />

implantação do mercado <strong>informal</strong> nas ruas são produzidas pelo sistema<br />

produtivo como um todo. Aliás, é o mesmo sistema que produz as<br />

pessoas que passam a se dedicar a esses tipo de atividade, pois<br />

praticamente tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> entrevistad<strong>os</strong>, em determinad<strong>os</strong> moment<strong>os</strong>,<br />

fizeram parte das relações ‘formais” de trabalho (mesmo que sem<br />

registro em carteira). (RAMIRES, 2001, p. 211).<br />

As mudanças ocorridas na esfera desse tipo de comercialização de mercadorias<br />

podem ser compreendidas no contexto da migração campo-cidade, que resultou num<br />

contingente elevado de pessoas desprovidas de trabalho e que precisavam sobreviver. Se<br />

antes tínham<strong>os</strong> as pessoas que vendiam as mercadorias passando de casa em casa,<br />

atualmente o contexto é outro, aquele das bancas exp<strong>os</strong>tas nas ruas e calçadas, o que n<strong>os</strong><br />

leva pensar no processo de formação da sociedade brasileira. Vim<strong>os</strong> as pessoas percorrerem<br />

um trajeto que envolve <strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> ligad<strong>os</strong> a casa, à rua e ao trabalho e no qual intermediam

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