13.04.2013 Views

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

como empregad<strong>os</strong> e que recebem salári<strong>os</strong> inferiores. É preciso entender que algumas<br />

pessoas que trabalham como ambulantes e camelôs têm mais de uma banca para<br />

comercializar <strong>os</strong> produt<strong>os</strong>, cuja soma d<strong>os</strong> rendiment<strong>os</strong> no final do mês, na maioria das<br />

vezes, supera <strong>os</strong> salári<strong>os</strong> recebid<strong>os</strong> por muit<strong>os</strong> funcionári<strong>os</strong> que trabalham na formalidade.<br />

Sobre a questão salarial no início da industrialização, Kowarick (1994) destaca o seguinte:<br />

Ao êxodo rural para as cidades, agravado pela crise cafeeira, iriam se<br />

adicionar <strong>os</strong> trabalhadores que não passaram pelo campo. Tal<br />

contingente, acrescido ao trabalho feminino e infantil, largamente<br />

utilizado n<strong>os</strong> primeir<strong>os</strong> decêni<strong>os</strong> da industrialização, forjou ampla reserva<br />

de trabalhadores, que, historicamente, pressionou para baixo <strong>os</strong> níveis<br />

salariais. (p. 94).<br />

Isso também n<strong>os</strong> remete a pensar, mais uma vez, nas questões que levam as pessoas<br />

a se engajarem nas atividades informais e o que interessa para nós, neste momento, são<br />

aqueles que se destacam como camelôs e ambulantes num processo que combina<br />

sobrevivência e apropriação d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong>, principalmente quando se trata de ruas, praças e<br />

calçadas, destacando que há semelhanças com relação às idéias de se tornarem<br />

trabalhadores engajad<strong>os</strong> na <strong>informal</strong>idade e o que ocorre atualmente, pois o que tem<strong>os</strong> são<br />

p<strong>os</strong>turas que parecem ser momentâneas, por parte de alguns, como a necessidade de se<br />

firmar em algum trabalho na busca por melhores condições de vida, como também, a<br />

permanência nas vias públicas, cuja estrutura desse tipo de atividade tenha avançado e se<br />

tornado algo que é mais permanente do que provisório, porém mais presente no cotidiano<br />

das cidades do que uma situação passageira. Portanto, Ramires (2001) aponta que:<br />

Aqueles que migram em busca de uma vida melhor, quando chegam em<br />

outras cidades, precisam providenciar moradia e trabalho. Alguns<br />

conseguem empreg<strong>os</strong> formais na indústria, no <strong>comércio</strong> ou mesmo no<br />

setor de serviç<strong>os</strong>. Mesmo antes, não raro, acabam se deparando com o<br />

desemprego. Em meio a buscas constantes, por meio de parentes e<br />

amig<strong>os</strong>, acabam vendo a rua como p<strong>os</strong>sibilidade de sobreviver (ainda que<br />

provisória na cabeça de muit<strong>os</strong>). Os an<strong>os</strong> se passam e o provisório vai<br />

assumindo ares de algo que é permanente. (p. 30).<br />

O autor levanta questões que são interessantes para aguçar a temática que está sendo<br />

desenvolvida nesse trabalho, uma vez que as pessoas que tiveram que buscar uma atividade

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!