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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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formal, também fazem parte das estratégias d<strong>os</strong> element<strong>os</strong> que combinam mercadoria e<br />

consumidor, pois:<br />

A mercadoria é um destes element<strong>os</strong>, que sofreu mutações desde sua<br />

forma original, de modo a aparecer hoje não apenas como um bem<br />

necessário à satisfação de necessidades, mas também como uma<br />

necessidade criada para o consumo. O caráter essencial, relacionado ao<br />

consumo, permanece presente; a mutação ocorrida lhe garante a<br />

sobrevivência. A mercadoria tem de ser vista não apenas em sua versão<br />

original, mas também naquilo em que se transmutou, pois permanece<br />

mercadoria, mesmo não sendo o que era antes. (VIEIRA, 2002, p. 272)<br />

Isso significa que, mesmo a mercadoria não sendo vendida num magnífico espaço<br />

cênico que transforma o consumo em espetáculo que “domina <strong>os</strong> homens viv<strong>os</strong> quando a<br />

economia já <strong>os</strong> dominou totalmente” (DEBORD, 1997, p. 17), também pode ser adquirida<br />

em outr<strong>os</strong> locais onde a prática se efetiva. Para tal entendimento é preciso olhar para o<br />

contexto d<strong>os</strong> usuári<strong>os</strong> da cidade como atores que fazem parte do processo de produção<br />

social da riqueza, pois se antes a <strong>informal</strong>idade era percebida na base da marginalidade,<br />

atualmente, deve ser repensada como sendo integrada e determinada pelas relações de<br />

mercado, considerando o vínculo existente entre <strong>os</strong> formais e informais. (PIRES, 1995)<br />

É preciso, de fato, um entendimento sobre as questões que envolvem o emprego,<br />

desemprego e <strong>informal</strong>idade, pois estam<strong>os</strong> sempre ouvindo dizer n<strong>os</strong> mei<strong>os</strong> de<br />

comunicação que é preciso acabar com essa categoria e buscar inserir tod<strong>os</strong> no setor formal<br />

da economia, já que seria uma forma do governo conseguir mais pessoas para contribuir<br />

com <strong>os</strong> imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong> e, assim, camuflar a aplicação desses recurs<strong>os</strong>. Tem<strong>os</strong>, então, que <strong>os</strong><br />

camelôs e ambulantes acabam apropriando-se de um espaço (ruas e praças) que além de<br />

público parece ser o palco ideal de atuação desses informais desempregad<strong>os</strong> para obtenção<br />

de renda. Em outras palavras há uma complexidade quanto à organização e planejamento<br />

do lugar em que se articulam vári<strong>os</strong> us<strong>os</strong> e que Ortigoza (2001) chama a atenção para o<br />

seguinte:<br />

(...) não poderem<strong>os</strong> ignorar a forte presença d<strong>os</strong> camelôs e ambulantes,<br />

no cotidiano do centro, pois eles representam a outra face do <strong>comércio</strong>,<br />

aquela que vem contra a concepção de “moderno” planejado para aquele<br />

lugar. Refletir sobre a presença d<strong>os</strong> camelôs nas ruas significa<br />

necessariamente considerar a tendência a uma popularização do consumo<br />

no centro, ou seja, as pessoas com menor poder aquisitivo passam a<br />

encontrar no <strong>comércio</strong> <strong>informal</strong> situado no centro da metrópole

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