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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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[...] no nível das relações e das quantidades, a contradição social-privado<br />

é resolvida pela lei do valor. Por ela, através da troca mercantil, a<br />

alocação do trabalho social e a realocação do produto para <strong>os</strong> divers<strong>os</strong><br />

produtores privad<strong>os</strong> se efetuam. Colocar-n<strong>os</strong>-em<strong>os</strong> a questão: existe uma<br />

“lei do valor no espaço”, um mecanismo de alocação do espaço social<br />

entre as diferentes atividades materiais privadas? Em tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> cas<strong>os</strong>, este<br />

espaço social aparecerá como uma realidade “dada”, autônoma e<br />

independente, acima (ou ao redor) da sociedade, exatamente como o<br />

Estado e o mercado (e pelas mesmas razões), para cada agente privado<br />

que aí virá “inscrever” sua atividade. Essa é a base mais particular da<br />

concepção empirista do espaço, tal como é sistematizada nas teorias<br />

burguesas da localização. (p. 27-8).<br />

Todas essas considerações sobre o uso do solo urbano remetem-n<strong>os</strong> a pensar na<br />

dinâmica da área central, cujo processo de estruturação passa pela análise d<strong>os</strong> papéis<br />

desempenhad<strong>os</strong> com relação ao centro, uma vez que esta área sempre absorveu atividades<br />

que expressam o movimento do capital por concentrar objet<strong>os</strong> e ações que caracterizam a<br />

unicidade das trocas comerciais e a circulação no âmbito das práticas cotidianas<br />

impulsionadas pelo consumo. Na verdade, a área central envolve a dimensão d<strong>os</strong> divers<strong>os</strong><br />

us<strong>os</strong> do solo que agrega e <strong>os</strong> vazi<strong>os</strong> que organiza nas áreas ao seu redor através do<br />

abandono, que por sua vez favorece <strong>os</strong> promotores imobiliári<strong>os</strong>, pois:<br />

Entendem<strong>os</strong> que a existência e a dimensão de áreas momentaneamente<br />

deterioradas em volta do centro, à espera de um processo de<br />

integração/valorização, terão relação direta com a dinâmica d<strong>os</strong><br />

process<strong>os</strong> de promoção imobiliária, que vão tomar em consideração, para<br />

decidir sobre o “aproveitamento” dessas áreas, fatores tais como: preço<br />

destes terren<strong>os</strong>/localizações, - disponibilidade/acesso a outr<strong>os</strong><br />

terren<strong>os</strong>/localizações que p<strong>os</strong>sam cumprir <strong>os</strong> mesm<strong>os</strong> papéis a preç<strong>os</strong><br />

menores, - p<strong>os</strong>sibilidade de que o Estado venha a realizar o investimento<br />

para superar a obsolescência das construções (física e moral), e – a<br />

capacidade do mercado de pagar e remunerar este “investimento”<br />

realizado. (BELTRÃO SPOSITO, 1991, p.p 7-8).<br />

Todavia, não podem<strong>os</strong> esquecer que a estruturação do centro das cidades passa por<br />

um processo que envolve a própria expansão entendida, cuja população foi afastada para<br />

outras áreas e o uso do solo urbano passou a ser definido pelas atividades do setor terciário,<br />

que também estão relacionadas às estratégias de produção e circulação das próprias<br />

mercadorias. De acordo com Beltrão Sp<strong>os</strong>ito, esse processo não foi homogêneo, ou seja,<br />

nem todas as áreas que foram incorporadas tiveram suas formas ocupadas por funções, já

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