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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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<strong>informal</strong> a partir do que chamou de “nov<strong>os</strong> mod<strong>os</strong> de produzir contemporâne<strong>os</strong>.”<br />

(SANTOS, 2002, p. 68), pois destaca a própria difusão d<strong>os</strong> objet<strong>os</strong> como sendo um<br />

processo de imitações rápidas que levam à generalização, no caso, d<strong>os</strong> produt<strong>os</strong><br />

comercializad<strong>os</strong>. (SANTOS, 2002). Entretanto, sabem<strong>os</strong> que:<br />

Toda criação de objet<strong>os</strong> responde a condições sociais e técnicas presentes<br />

num dado momento histórico. Sua reprodução também obedece a<br />

condições sociais. Algumas pessoas adotam a novidade em breve espaço<br />

de tempo, enquanto outras não reúnem as condições para fazê-lo, ou<br />

preferem recusá-la, permanecendo com model<strong>os</strong> anteriores. Se cada<br />

época cria nov<strong>os</strong> model<strong>os</strong>, o seu uso porém não é geral. Mas o fato<br />

central é a produção de réplicas, mais ou men<strong>os</strong> fiéis, a partir do objeto<br />

original. (SANTOS, 2002, p. 68)<br />

Sant<strong>os</strong> (2002) ainda traça um paralelo a respeito d<strong>os</strong> objet<strong>os</strong> hoje, afirmando que a<br />

distinção entre o passado e o presente está fundamentada no fato de que antes, estes não<br />

eram numer<strong>os</strong><strong>os</strong> e estavam subordinad<strong>os</strong> ao consumidor, diferentemente do que acontece<br />

atualmente em função da alienação que sua variedade e quantidade impõe ao cidadão.<br />

Se levarm<strong>os</strong> essa análise ao campo do <strong>comércio</strong> <strong>informal</strong>, verificarem<strong>os</strong> que a<br />

categoria d<strong>os</strong> trabalhadores dessa atividade foi se transformando no decorrer do tempo<br />

correspondendo também às mudanças sociais e estruturais da própria condição de<br />

existência, pois como afirma Ramires (2001):<br />

Se <strong>os</strong> moviment<strong>os</strong> migratóri<strong>os</strong> são um d<strong>os</strong> traç<strong>os</strong> mais significativ<strong>os</strong> da<br />

história do trabalho; se o <strong>comércio</strong> ambulante está presente em vári<strong>os</strong><br />

moment<strong>os</strong> da história do Brasil, isso não n<strong>os</strong> permite fazer<br />

generalizações para long<strong>os</strong> períod<strong>os</strong> de tempo. No que diz respeito ao<br />

Brasil, querem<strong>os</strong> dizer que o camelô de hoje não é a continuação do<br />

mascate de outrora [...]. O mascate e o camelô correspondem a moment<strong>os</strong><br />

históric<strong>os</strong> distint<strong>os</strong>, a tip<strong>os</strong> sociais que não se confundem. (p. 204).<br />

Sobre a questão d<strong>os</strong> pobres na cidade, com enfoque para o comerciante de rua (aqui<br />

considerado <strong>os</strong> camelôs e ambulantes) destaca a transformação d<strong>os</strong> pobres no sentido da<br />

metamorf<strong>os</strong>e, e por que não falar, então, da “metamorf<strong>os</strong>e ambulante” 59 que combina o<br />

trabalhador <strong>informal</strong> em seu próprio movimento? Assim:<br />

59 Termo extraído de uma letra da música do cantor Raul Seixas.

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