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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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Assim, sob a forma da renovação <strong>urbana</strong> as transformações<br />

necessárias a reprodução do capital aparecem travestidas de necessidade<br />

social imp<strong>os</strong>ta pelo Estado enquanto de “interesse público” criando a<br />

representação necessária, capaz de dissimular <strong>os</strong> conflit<strong>os</strong> de interesses,<br />

com o discurso da “modernização necessária ao crescimento; com esse<br />

objetivo deslocam-se favelas expulsa-se a população residente; destroemse<br />

bairr<strong>os</strong> inteir<strong>os</strong>. É assim que o processo de mercantilização do espaço,<br />

enquanto condição da reprodução do capital, só pode se realizar, num<br />

determinado momento do processo de urbanização, pela mediação do<br />

Estado; com isso, através de mecanism<strong>os</strong> de gestão, o Estado interfere na<br />

reprodução espacial, não apenas redefinindo us<strong>os</strong> e função do espaço,<br />

mas alterando, substancialmente, a prática espaço-temporal.. (CARLOS,<br />

2004, p. 93).<br />

Carl<strong>os</strong> (2004) pr<strong>os</strong>segue dizendo que:<br />

Convém sublinhar que as estratégias que percorrem o processo de<br />

reprodução espacial são estratégias de classe, referem-se a grup<strong>os</strong> sociais<br />

diferenciad<strong>os</strong>, com objetiv<strong>os</strong> desej<strong>os</strong> e necessidades diferenciadas, o que<br />

tornam as estratégias conflitantes; o Estado, por sua vez, desenvolve<br />

estratégias que orientam e asseguram a reprodução das relações no<br />

espaço inteiro (elemento que se encontra na base da construção da sua<br />

racionalidade). Assim o espaço se revela enquanto instrumento político<br />

intencionalmente organizado, e manipulado pelo estado; é portanto um<br />

meio e um poder nas mã<strong>os</strong> de uma classe dominante que diz representar a<br />

sociedade, sem abdicar de objetiv<strong>os</strong> própri<strong>os</strong> de dominação. Nessa<br />

perspectiva, o estado, através de renovações <strong>urbana</strong>s, reorganiza as<br />

relações sociais e de produção. A renovação <strong>urbana</strong> se inscreve, assim,<br />

num conjunto de estratégias políticas, imobiliárias e financeiras com<br />

orientação significativa no processo de reprodução espacial que converge<br />

para o aprofundamento da segregação e hierarquização espacial a partir<br />

da destruição da morfologia de uma área da metrópole que ameaça e<br />

transforma a vida <strong>urbana</strong> reorientando us<strong>os</strong> e funções d<strong>os</strong> lugares da<br />

cidade, expulsando a população para a periferia ou, para quem pode<br />

pagar, para bairr<strong>os</strong> próxim<strong>os</strong> ao centro. (p. 94).<br />

A renovação <strong>urbana</strong> contempla uma visão de dominação d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> que ligad<strong>os</strong><br />

a<strong>os</strong> setores econômic<strong>os</strong> realizam intervenções nestes de acordo com interesses da minoria,<br />

que atua como elemento controlador das decisões em benefício d<strong>os</strong> grandes grup<strong>os</strong><br />

financeir<strong>os</strong> contribuindo para a condição do espaço na forma de uma mercadoria apoiada<br />

no valor de troca. Para Sobarzo (2004), a dominação e a apropriação não devem ser<br />

compreendidas como term<strong>os</strong> excludentes e dicotômic<strong>os</strong>, uma vez que ambas se<br />

complementam para atingir o significado da própria op<strong>os</strong>ição d<strong>os</strong> conceit<strong>os</strong>. No entanto:

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