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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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crescendo. Por estrutura chamam<strong>os</strong> aqui, não só <strong>os</strong> sistemas básic<strong>os</strong> de<br />

alimentação funcional da cidade (água, luz, esgoto, telefonia, transportes)<br />

como também a segurança pessoal e patrimonial d<strong>os</strong> que aí mantêm suas<br />

empresas e empregad<strong>os</strong>. Segundo as prop<strong>os</strong>tas, o item segurança pode<br />

ser melhor garantido, não só com o aumento do policiamento local, como<br />

também pelo uso do centro, em tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> horári<strong>os</strong> e não apenas no<br />

trabalho. Para isso apontam para duas estratégias: A área central<br />

incrementada pelo uso residencial e o desenvolvimento de atividades<br />

noturnas, de entretenimento e turismo. A multifuncionalidade necessária<br />

para a valorização do local é essencial para que setores especializad<strong>os</strong> do<br />

terciário p<strong>os</strong>sam também se instalar. (ALVES, 1999, p. 89)<br />

Mesmo essa situação fazendo parte da realidade de uma cidade como São Paulo,<br />

sabem<strong>os</strong> que a prop<strong>os</strong>ta de adensamento da área não beneficia a tod<strong>os</strong>, característica esta<br />

que faz parte da dinâmica de muitas cidades cujo centro representa uma área atrativa do<br />

ponto de vista das relações comerciais, uma vez que a figura do comerciante de rua está<br />

ligada à própria desvalorização representada pelo uso e acesso a<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> públic<strong>os</strong> através<br />

das ruas, praças e calçadas. Para Alves (1999):<br />

Embora <strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> públic<strong>os</strong> tenham uma importância simbólica, estes<br />

passam a ser analisad<strong>os</strong> apenas peã sua funcionalidade econômica, a<br />

ponto de ser sugerido que, em algumas situações, como na prop<strong>os</strong>ta de<br />

implantação de um sistema de tráfego seletivo na área central, que uma<br />

das formas de controle do tráfego seletivo poderia ser através da<br />

cobrança, “variando de cobrança de tarifa ao controle de horário”, ou<br />

seja, o acesso e permanência no espaço público seriam dad<strong>os</strong> através de<br />

um tipo de pagamento. Deste modo, tende-se à privatização do público.<br />

Com isso, seria alterado o perfil d<strong>os</strong> usuári<strong>os</strong> do local, que pelo<br />

pagamento, pareceriam <strong>os</strong> usuári<strong>os</strong> de lugares semelhantes espalhad<strong>os</strong><br />

por todo o mundo. (p. 96).<br />

Assim, não haveria lugar para <strong>os</strong> camelôs e ambulantes no contexto da cidade, uma<br />

vez que somente a elite poderia ter o direito a ela de maneira clara e explícita, condição esta<br />

que já é visível numa cidade marcada pela dinâmica funcional d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong>, tendendo “a<br />

acentuar a segregação <strong>urbana</strong>” e escondendo “a retirada da população que hoje usa o local”<br />

(ALVES, 1999, p. 96). De fato, precisam<strong>os</strong> conhecer a realidade desses trabalhadores que<br />

integram o processo de constituição d<strong>os</strong> nov<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> de consumo a partir da apropriação<br />

das ruas, embora <strong>os</strong> alocad<strong>os</strong> n<strong>os</strong> camelódrom<strong>os</strong> também façam parte do mesmo processo<br />

que tem como causa e efeito as mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais que, no<br />

entanto, apontam para uma situação que, de um lado favorece o sistema capitalista e de

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