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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> das ruas, praças e calçadas não apresentam uma estratégia ligada ao sistema<br />

capitalista, pois não são espaç<strong>os</strong> alugad<strong>os</strong> ou comprad<strong>os</strong> para exercer atividade, seja<br />

comercial ou de prestação de serviç<strong>os</strong>. No caso d<strong>os</strong> camelódrom<strong>os</strong>, <strong>os</strong> espaç<strong>os</strong>, chamad<strong>os</strong><br />

de boxes são comprad<strong>os</strong> ou mesmo alugad<strong>os</strong>, quando não são cedid<strong>os</strong> pela Prefeitura<br />

Municipal. Isto depende da condição do próprio camelódromo, se é do poder público ou se<br />

tem alguma ligação com empresas privadas que porventura poderão cobrar pelo uso deste.<br />

Nessa perspectiva:<br />

A acumulação tende produzir uma racionalidade homogeneizante<br />

inerente ao processo, que não se realiza apenas produzindo objet<strong>os</strong>/<br />

mercadorias, mas a divisão e organização do trabalho, model<strong>os</strong> de<br />

comportamento e valores que induzem ao consumo, revelando-se como<br />

norteadores da vida cotidiana. Desse modo, esta se apresenta,<br />

tendencialmente, invadida por um sistema regulador, em tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> níveis,<br />

que formaliza e fixa as relações sociais, reduzindo-a a formas abstratas.<br />

(CARLOS, 2001, p. 18)<br />

É com base n<strong>os</strong> “valores que induzem ao consumo”, apontad<strong>os</strong> por Carl<strong>os</strong> (2001)<br />

que destacam<strong>os</strong> <strong>os</strong> nov<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> ligad<strong>os</strong> às práticas d<strong>os</strong> camelôs e ambulantes revelando a<br />

dinâmica do processo de uso e ocupação d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> públic<strong>os</strong>, o que também n<strong>os</strong> remete<br />

pensar nas relações sociais que permeiam a vida cotidiana. O espaço do centro das cidades<br />

revela uma intensidade de us<strong>os</strong> que se voltam ao processo de reprodução do capital, pois<br />

como devem<strong>os</strong> interpretar o comerciante <strong>informal</strong> que também trabalha com carteira<br />

assinada num outro emprego? Isto já foi ressaltado anteriormente, mas no momento,<br />

acham<strong>os</strong> conveniente relembrar esta passagem, pois o que querem<strong>os</strong> demonstrar é que<br />

todas as funções que estão presentes na área central constituem um processo de interligação<br />

das atividades com valores que “fazem do espaço condição e produto, ao mesmo tempo, da<br />

acumulação” (CARLOS, 2001, p. 21).<br />

Para Carl<strong>os</strong> (2001):<br />

O desenvolvimento do processo de reprodução da sociedade produz um<br />

novo espaço e novas formas de relação na sociedade e entre as pessoas, a<br />

partir das trocas em tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> sentid<strong>os</strong> e da modificação d<strong>os</strong> mod<strong>os</strong> de<br />

apropriação e de uso do espaço, que, normatizado, redelimita ações e<br />

at<strong>os</strong>, redefinindo as relações das pessoas entre si e com o lugar. A análise<br />

do urbano engloba, portanto, um universo complexo de relações em<br />

constituição, das quais não se exclui a idéia de projeto. Para Lefèbvre,<br />

esse projeto deve ser capaz de “pensar” a cidade como lugar onde grup<strong>os</strong>

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