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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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semelhança e diferença. A semelhança pode ser entendida sob a idéia de que tod<strong>os</strong> têm um<br />

objetivo comum que se explica pelo ato de consumir e a diferença se insere no contexto de<br />

que esse consumo se manifesta de diversas formas e a partir de preferências e g<strong>os</strong>t<strong>os</strong> que<br />

dão o caráter da segmentação não somente pelas mercadorias, mas também pel<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong><br />

onde elas circulam. Como exemplo, podem<strong>os</strong> citar o consumo que ocorre n<strong>os</strong> shopping<br />

centers e o consumo do centro que apontam para um perfil econômico diferenciado, já que<br />

o espaço “é produto e condição das relações sociais de produção” (ORTIGOZA, 2001, p.<br />

4).<br />

Nessa perspectiva, podem<strong>os</strong> salientar, ainda, que essa experiência <strong>urbana</strong> pode ser<br />

atribuída ao consumo que se efetiva no espaço, uma vez que o uso só se confirma mediante<br />

a apropriação do mesmo numa relação que combina sujeito e objeto. Portanto, de acordo<br />

com as considerações delineadas, podem<strong>os</strong> salientar que o processo de produção e<br />

reprodução do espaço não é estático, uma vez que a complexidade das relações que se<br />

redefinem toma como base o movimento do consumo para explicar a mercadoria como<br />

indutora de um contexto que se insere na transformação d<strong>os</strong> valores da sociedade como um<br />

todo.<br />

Para Berman (1986, p.108), a sociedade pode ser analisada e estruturada de acordo<br />

com o “imenso poder do mercado na vida interior do homem moderno.” Sobre esta questão<br />

podem<strong>os</strong> apontar que o espaço como mercadoria assume uma dimensão que não só se<br />

reporta ao uso, mas também ao conteúdo expresso pela maneira como o mesmo é<br />

apropriado. Carl<strong>os</strong> (2002), sob esse aspecto, avalia que:<br />

Trata-se, portanto de um momento em que o espaço torna-se amplamente<br />

mercadoria; <strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> antes fora do universo do mercado e da<br />

mercadoria, destinad<strong>os</strong> exclusivamente ao uso, se transformam em<br />

mercadoria entrando na esfera da comercialização. Nesse contexto, o<br />

valor de troca-impresso no espaço-mercadoria - se impõe ao uso do<br />

espaço, na medida em que <strong>os</strong> mod<strong>os</strong> de apropriação passam a ser<br />

determinad<strong>os</strong> pelo mercado. O consumo do espaço se analisa, assim, no<br />

movimento da transformação do uso pela imp<strong>os</strong>ição do valor de troca,<br />

acentuando o papel e a força da propriedade do solo. Tal fato traz<br />

profundas mudanças n<strong>os</strong> mod<strong>os</strong> de uso. No plano local a conseqüência<br />

direta deste fato é o aprofundamento da separação, na vida do habitante,<br />

entre espaço público/espaço privado. (p.192).

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