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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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perpetuam a condição de ilegalidade das atividades, pois o pagamento de propina revela o<br />

lado dolor<strong>os</strong>o dessa categoria muito mais do que a falta de benefíci<strong>os</strong>. Não seria uma forma<br />

de contornar o problema se o poder público e <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> dominantes organizassem <strong>os</strong><br />

espaç<strong>os</strong> para também atendê-l<strong>os</strong>, já que a apropriação também se dá no nível do caminhar<br />

pelas ruas e calçadas, assunto este mencionado anteriormente? E como n<strong>os</strong> falou Sant<strong>os</strong><br />

(1979), o circuito inferior não é capaz de gerar renda sozinho, depende do superior para que<br />

continue existindo em sua concretude. Contudo, mesmo com <strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> do <strong>comércio</strong> de<br />

rua, assim como tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> que estão ligad<strong>os</strong> à dinâmica do consumo associado ao valor de<br />

troca configurando na imagem de um centro ligado “na imitação de um modelo de<br />

felicidade forjado na p<strong>os</strong>se de bens; na propriedade privada; na importância da instituição e<br />

do mercado; do poder repressivo que induz à passividade pelo desaparecimento das<br />

particularidades” [...] (CARLOS, 2004, p. 150), há diversas formas de apropriação d<strong>os</strong><br />

espaç<strong>os</strong> com base na propriedade, mas que estão associad<strong>os</strong> a<strong>os</strong> us<strong>os</strong> na escala do corpo, ou<br />

seja, é mais freqüente ocorrer este tipo de apropriação no sentido restrito do que as que<br />

beneficiam uma sociedade inteira, pois o sistema capitalista não permite a união de tod<strong>os</strong>.<br />

Para Sant<strong>os</strong> (1996):<br />

Os homens “lent<strong>os</strong>”, por seu turno, para quem essas imagens são<br />

miragens, não podem, por muito tempo, estar em fase com esse<br />

imaginário perverso e acabam descobrindo as fabulações. A lentidão d<strong>os</strong><br />

corp<strong>os</strong> constataria então com a celeridade d<strong>os</strong> espírit<strong>os</strong>? (p. 84).<br />

Os nov<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> de consumo atrelad<strong>os</strong> às estratégias de apropriação d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong><br />

públic<strong>os</strong> centrais revelam uma situação que mascara a realidade e a objetividade do próprio<br />

centro, uma vez que as pessoas procuram esta área na cidade para realizar alguma<br />

satisfação ou necessidade que esteja ligada, em sua maior parte, a algum tipo de consumo,<br />

uma vez que raramente vem<strong>os</strong> as pessoas privilegiarem esses espaç<strong>os</strong> no âmbito da<br />

sociabilidade, já que esta se encontra segmentada em função do processo de fragmentação<br />

socioespacial. No entanto, por mais que haja discussões que fundamentem o centro como<br />

uma área de encontr<strong>os</strong>, estes ocorrem por meio da ligação com a mera condição explícita da<br />

mercadoria levando-se em consideração que:<br />

O que se ignora é que o motor do processo de produção espacial da<br />

cidade é determinado pelo conflito a partir das contradições inerentes às

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