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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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A apropriação dá significado ao espaço público, interligando as esferas<br />

do privado e do público. A apropriação constitui, assim, um<br />

prolongamento do privado no público, efetuado mediante o uso, tratand<strong>os</strong>e,<br />

desse modo, de uma “privatização corporal” porque feita pelo corpo<br />

do habitante que sai do espaço privado da casa (dentro) e vai<br />

“conquistando” para seu uso, para sua vida e, em último termo, para a<br />

sua reprodução uma parcela do espaço público (fora) definida pelas suas<br />

trajetórias. (SOBARZO, 2004, p. 148).<br />

De acordo com o autor percebem<strong>os</strong> que a apropriação d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> é uma condição<br />

que ocorre mesmo quando estam<strong>os</strong> circulando pelas ruas e calçadas que são vias públicas,<br />

fato este caracterizado como “privatização corporal”. Nestas circunstâncias, apontar que<br />

somente <strong>os</strong> camelôs e ambulantes é que se apropriam d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> é uma situação que<br />

exclui <strong>os</strong> at<strong>os</strong> d<strong>os</strong> demais cidadã<strong>os</strong> no contexto da vida nas cidades. Contudo, Sobarzo<br />

(2004) avalia que:<br />

É importante destacar que a apropriação relacionada ao uso d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong><br />

públic<strong>os</strong> também apresenta o que tem<strong>os</strong> chamado anteriormente de uma<br />

dimensão restrita, ou seja, quando a apropriação consiste não numa<br />

privatização que não permite o uso e a apropriação para <strong>os</strong> demais<br />

usuári<strong>os</strong>. (p. 148).<br />

A apropriação relacionada ao <strong>comércio</strong> de rua se configura numa atitude que vai<br />

além da corporal, uma vez que permite o uso d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> a<strong>os</strong> demais usuári<strong>os</strong> no contexto<br />

da dominação da mercadoria, pois se o ambulante caminha até o local onde instala sua<br />

banca, já é uma expressão dessa apropriação corporal a que se refere Sobarzo (2004), no<br />

âmbito restrito, enquanto que <strong>os</strong> usuári<strong>os</strong> de um modo geral também se apropriam d<strong>os</strong><br />

espaç<strong>os</strong> no momento em que estão consumindo algum tipo de produto, constituindo uma<br />

apropriação mais ampla, pois envolve várias pessoas. Nesta perspectiva é que devem<strong>os</strong><br />

traçar um caminho para a superação da dicotomia entre o público e o privado, visto que<br />

tod<strong>os</strong> nós fazem<strong>os</strong> apropriações de vári<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> e em vári<strong>os</strong> moment<strong>os</strong> cujas atitudes<br />

expressam o movimento da vida cotidiana.<br />

É interessante a análise que ao autor faz sobre a apropriação d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> levando-se<br />

em consideração três tip<strong>os</strong>: o primeiro, que já comentam<strong>os</strong> que é a apropriação corporal<br />

através da caminhada, o uso do transporte coletivo e o uso de veícul<strong>os</strong> particulares, que<br />

junt<strong>os</strong> combinam formas diferenciadas de apropriação caracterizando “diferentes cidades

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