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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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sobrevivência, mas pela capacidade de conferir solidez à imagem do<br />

trabalhador, no plano das representações que criam para si mesm<strong>os</strong> e<br />

para a sociedade; (2) além disso, é necessário verificar em que medida<br />

suas contradições precárias de trabalho abalam o mundo das<br />

representações, de modo que a própria identidade do trabalhador muitas<br />

vezes não resiste e ameaça soçobrar. Digam<strong>os</strong> que quando falam<strong>os</strong> em<br />

formas débeis de trabalho, devem<strong>os</strong> levar em conta as carências materiais<br />

e também as subjetivas. Isso sem falar que procuram<strong>os</strong> identificar um<br />

conjunto de referências que permitam lançar luz às transformações pelas<br />

quais o <strong>comércio</strong> ambulante passou, desde que a ordem social calcada no<br />

trabalho livre tornou-se dominante. (p. 37-8).<br />

Esta solidez de que fala o autor pode ser associada ao fato de que as pessoas que<br />

saíram do campo e migraram para as cidades tiveram que se adaptar às mudanças, pois<br />

necessitavam de uma ocupação, visto que muit<strong>os</strong> que chegaram a<strong>os</strong> centr<strong>os</strong> urban<strong>os</strong> foram<br />

imediatamente trabalhar como pedreir<strong>os</strong> na construção civil, como simples comerciantes, e<br />

até mesmo, oferecendo mercadorias nas ruas, o que caracteriza a idéia do mascate,<br />

“ajudando, assim, a constituir a classe proletária” (RAMIRES, 2001, p. 41). Alguns autores<br />

consideravam o <strong>comércio</strong> ambulante como algo provisório, momentâneo, mas o que vem<br />

ocorrendo na sociedade de forma geral, é justamente o contrário, pois cada vez mais n<strong>os</strong><br />

deparam<strong>os</strong> com uma realidade que atesta para uma diversificação das atividades ligadas a<strong>os</strong><br />

ambulantes.<br />

Na verdade, o que se tinha eram mercadorias comestíveis vendidas sem nenhuma<br />

higiene e misturadas às outras, o que deixava dúvidas quanto ao seu consumo, embora esta<br />

situação não tenha sido excluída da realidade atual, pois ainda encontram<strong>os</strong> as mercadorias<br />

comercializadas em conjunto, misturadas, apontando para o sentido da generalização, já<br />

que são encontradas em vári<strong>os</strong> pont<strong>os</strong> da cidade, principalmente no centro. De acordo com<br />

Ramires (2001), tem<strong>os</strong> que:<br />

A sobrevivência de cada integrante da sociedade fica limitada, única e<br />

exclusivamente, no âmbito do privado. Em outras palavras, a<br />

sobrevivência e o trabalho das pessoas dizem respeito somente a elas.<br />

Quando a sociedade abre mão do contrato, muit<strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong> são<br />

lançad<strong>os</strong> à sua própria sorte e <strong>os</strong> demais, melhor p<strong>os</strong>icionad<strong>os</strong>,<br />

simplesmente lavam as mã<strong>os</strong>. Mesmo ocupando as vias públicas, <strong>os</strong><br />

camelôs estão restrit<strong>os</strong> ao âmbito privado (...). Qualquer referência a<br />

direit<strong>os</strong> não faz sentido para <strong>os</strong> ambulantes. Ao invés de serem tratad<strong>os</strong><br />

como membr<strong>os</strong> pertencentes à sociedade e, como tais, merecedores da<br />

participação digna na partilha da produção social, no sentido mais amplo<br />

do termo, são vist<strong>os</strong> como um estorvo: atrapalham a circulação de

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