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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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É o espetáculo da mercadoria e do dinheiro sobressaindo dentre as opções e <strong>os</strong><br />

g<strong>os</strong>t<strong>os</strong> que simbolizam o consumo. Debord (1997) assim, aponta que:<br />

O espetáculo é a outra face do dinheiro: o equivalente geral abstrato de<br />

todas as mercadorias. O dinheiro dominou a sociedade como<br />

representação da equivalência geral, isto é, do caráter intercambiável d<strong>os</strong><br />

bens múltipl<strong>os</strong>, cujo uso permanecia incomparável. O espetáculo é seu<br />

complemento moderno desenvolvido, no qual a totalidade do mundo<br />

mercantil aparece em bloco, como uma equivalência geral àquilo que o<br />

conjunto da sociedade pode ser e fazer. (p. 34).<br />

Essa idéia do ser e fazer representa o próprio poder de compra das pessoas<br />

embasadas pelo dinheiro e pela dominação da mercadoria, como também a dominação que<br />

embute no cidadão a falsa aparência da busca por algo novo. É a busca por satisfazer aquilo<br />

que não se satisfaz, ou seja, para quem é visto como um consumista implacável não há<br />

objet<strong>os</strong> ou mesmo idéias, às vezes ilusões, que não sejam passíveis de acesso, de compra.<br />

Ainda, para ele:<br />

[...] se a sobrevivência consumível é algo que deve aumentar sempre, é<br />

porque ela não dá para conter em si a privação. Se não há nada além da<br />

sobrevivência ampliada, nada que p<strong>os</strong>sa frear seu crescimento, é porque<br />

essa sobrevivência não se situa além da privação: é a privação tornada<br />

mais rica. (DEBORD, 1997, p. 32)<br />

O centro de Anápolis pode ser compreendido a partir das atividades que concentra,<br />

do movimento daqueles que circulam pelas vias públicas em direção àquilo que satisfaça<br />

seu interesse em estar na respectiva área, cada um em sua forma específica e espontânea de<br />

apropriação individual do espaço. Poderíam<strong>os</strong> associar as mercadorias comercializadas por<br />

formais e informais no contexto da “banalidade quantitativa”, de que n<strong>os</strong> fala Debord<br />

(1997, p. 41), já que o consumo d<strong>os</strong> produt<strong>os</strong> faz parte da própria dinâmica central, com<br />

diversidades e complexidades que surgem de acordo com a amplitude de articulações e<br />

dinamism<strong>os</strong> que não podem ser excluíd<strong>os</strong> do papel do centro.<br />

Com relação a<strong>os</strong> comerciantes informais que estão localizad<strong>os</strong> na área central, mais<br />

precisamente nas ruas em que ocorreu o mapeamento, a instalação das bancas se dá em<br />

função d<strong>os</strong> flux<strong>os</strong> que se direcionam nessa porção evidenciando o caráter concentrador que<br />

pode ser identificado e associado através das mercadorias e d<strong>os</strong> bens de consumo coletivo.<br />

A presença d<strong>os</strong> camelôs e ambulantes demonstra que também estão inserid<strong>os</strong> na lógica do

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