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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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Nas grandes cidades, sobretudo no Terceiro Mundo, a precariedade da<br />

existência de uma parcela importante (às vezes, a maioria) da população<br />

não exclui a produção de necessidades, calcadas no consumo das classes<br />

mais abastadas. Como resp<strong>os</strong>ta, uma divisão do trabalho imitativa, talvez<br />

caricatural, encontra as razões para se instalar e se reproduzir. Mas aqui o<br />

quadro ocupacional não é fixo: cada ator é muito móvel podendo sem<br />

trauma exercer atividades diversas ao sabor da conjuntura. Essas<br />

metamorf<strong>os</strong>es do trabalho d<strong>os</strong> pobres nas grandes cidades criam o que,<br />

em um outro lugar (Sant<strong>os</strong>, 1991), denominam<strong>os</strong> de “flexibilidade<br />

tropical”. Há uma variedade infinita de ofíci<strong>os</strong>, uma multiplicidade de<br />

combinações em movimento permanente, dotadas de grande capacidade<br />

de adaptação, e sustentadas no seu próprio meio geográfico, este sendo<br />

tomado como uma forma-conteúdo, um híbrido de materialidade e<br />

relações sociais. Sua solidariedade se cria e se recria ali mesmo, enquanto<br />

a solidariedade imp<strong>os</strong>ta pela cooperação de tipo hegemônico é<br />

comandada de fora do meio geográfico e do meio social em que incide.<br />

(SANTOS, 2002, p. 324)<br />

Buscam<strong>os</strong> de fato analisar que a ligação d<strong>os</strong> comerciantes informais com a pobreza<br />

<strong>urbana</strong> é algo presente nas conclusões que Milton Sant<strong>os</strong> apontou em toda sua obra e já que<br />

este capítulo trata do que vem a ser a <strong>informal</strong>idade, no qual enquadram<strong>os</strong> o <strong>comércio</strong><br />

<strong>informal</strong> e as primeiras experiências desses trabalhadores no Brasil, foi imprescindível<br />

tocar em alguns pont<strong>os</strong> cuja semelhança de idéias foram tomadas de acordo com cada<br />

questão a ser discutida. Na visão de Yázigi (2000) percebem<strong>os</strong> que sua opinião está pautada<br />

no fato do <strong>comércio</strong> ambulante ou de rua ser um problema estrutural, pois acredita que se<br />

essas pessoas ligadas à <strong>informal</strong>idade de um modo geral tivessem condições mínimas de<br />

integrarem <strong>os</strong> “estatut<strong>os</strong> da micro-empresa” haveria um equilíbrio das funções comerciais,<br />

principalmente no centro das cidades, levando–se em consideração <strong>os</strong> conflit<strong>os</strong> e a exclusão<br />

socioespacial. Portanto:<br />

E pr<strong>os</strong>segue dizendo que:<br />

Quer dizer que o <strong>comércio</strong> de rua, pelo men<strong>os</strong> destes que são produto da<br />

exclusão social – fará parte inevitável da paisagem <strong>urbana</strong> do futuro<br />

próximo, até que melhorem as condições gerias do país e se promovam<br />

mais facilidades às iniciativas da pequena e micro-empresa. (YÁZIGI,<br />

2000, p. 388).<br />

O desemprego que sempre existiu, somado a<strong>os</strong> quadr<strong>os</strong> recessiv<strong>os</strong>,<br />

sugere que a justiça social está justamente em dar maiores oportunidades

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