13.04.2013 Views

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A deficiência dessas definições provém do fato de inverterem a realidade<br />

social ao invés de analisá-la tal como é. A necessidade de quantificar ou<br />

de levar em conta um único critério, o da produtividade do trabalho,<br />

resulta na procura de um ponto limite que na realidade é imp<strong>os</strong>sível de<br />

ser definido, porquanto a evolução social é assimétrica. Assim, <strong>os</strong><br />

aspect<strong>os</strong> qualitativ<strong>os</strong> são afastad<strong>os</strong> a priori, ao invés de serem antes<br />

examinad<strong>os</strong> para se elaborar, e eventualmente serem traduzid<strong>os</strong> em<br />

variáveis quantificáveis. (SANTOS, 1978, p. 56).<br />

A idéia de Sant<strong>os</strong> está associada ao fato de que a adoção de critéri<strong>os</strong> puramente<br />

quantitativ<strong>os</strong> levaria à argumentação de que “tudo se resolveria injetando maior<br />

produtividade no circuito inferior, isto é, tornando-o mais capitalista” (SANTOS, 1978, p.<br />

57). O que na verdade, não ocorre, pois explica que a função do circuito inferior (que é a<br />

expressão que o autor prefere usar, ao invés, de setor <strong>informal</strong>) é a difusão do próprio modo<br />

capitalista de produção entre <strong>os</strong> mais pobres impulsionando o consumo a “absorver para o<br />

circuito superior a poupança e a mais-valia das unidades familiares, por intermédio da<br />

máquina financeira, de produção e de consumo” (SANTOS, 1978, p. 57). Sob esse prisma,<br />

entendem<strong>os</strong> que o autor quer chamar n<strong>os</strong>sa atenção para o fato de que a relação formal e<br />

<strong>informal</strong> ou superior e inferior expressa situações e intenções que caracterizam o que<br />

considera como canais de transmissão, ou seja, canais que representam A distribuição<br />

desigual d<strong>os</strong> recurs<strong>os</strong> e que podem ser pensad<strong>os</strong> também com relação ao circuito inferior na<br />

figura do comerciante da feira, d<strong>os</strong> motoristas de caminhão e outr<strong>os</strong>. (SANTOS, 1978).<br />

Contudo, o que buscam<strong>os</strong> em n<strong>os</strong>sa pesquisa foi o levantamento de dad<strong>os</strong> que<br />

fundamentassem a prop<strong>os</strong>ta de uma tese baseada no <strong>comércio</strong> <strong>informal</strong> articulado e atrelado<br />

às funções do centro como expressão de nov<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> de consumo frente à popularização<br />

e generalização d<strong>os</strong> produt<strong>os</strong>, reafirmando e restabelecendo a <strong>centralidade</strong> intra-<strong>urbana</strong>.<br />

Assim, não querem<strong>os</strong> enfatizar a viabilidade ou não das atividades do <strong>comércio</strong> <strong>informal</strong>,<br />

pois são element<strong>os</strong> que fazem parte do conteúdo que caracteriza o próprio centro como<br />

“uma paisagem arquitetural e humana muito mais complexa” (SANTOS, 1981, p.181)<br />

Para esclarecerm<strong>os</strong> esse assunto, torna-se necessário traçarm<strong>os</strong> alguns comentári<strong>os</strong><br />

sobre o significado do <strong>comércio</strong> <strong>informal</strong> e o perfil das pessoas envolvidas na atividade,<br />

além de enfatizarm<strong>os</strong> a distribuição do mesmo na cidade de Anápolis, criando, assim,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!