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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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instalação das bancas d<strong>os</strong> ambulantes e camelôs nas vias públicas devem ser pensad<strong>os</strong> na<br />

perspectiva do uso de um espaço que é coletivo e, portanto, social, ou seja, tod<strong>os</strong> nós<br />

fazem<strong>os</strong> uso dessas áreas até mesmo para o deslocamento, visto que em muit<strong>os</strong> pont<strong>os</strong> da<br />

área central a fluidez ocorre de forma men<strong>os</strong> congestionada. Isto que é dar sentido à<br />

apropriação, pois se refere à maneira como o espaço vem sendo concebido através das<br />

práticas, manifestando contradições quanto a<strong>os</strong> interesses, mas que por sua vez permite as<br />

trocas coletivas.<br />

De acordo com Ferrara (2000):<br />

Querem<strong>os</strong> entender que o indivíduo não é tragado pelo coletivo e,<br />

portanto, um não se opõe ao outro, mas o primeiro se esconde no<br />

segundo, porque, na cidade da multidão, o espaço é dominado por<br />

sensações, sentiment<strong>os</strong> e comportament<strong>os</strong> que pertencem ao conjunto, ao<br />

padrão coletivo. Assim, sendo, ainda não tem<strong>os</strong> uma op<strong>os</strong>ição entre o<br />

privado e o público, simplesmente porque o coletivo e o público não se<br />

confundem e, sobretudo, porque o indivíduo não colide com o coletivo,<br />

mas nele se dilui e dispersa, sentindo-se na própria casa, como se a rua<br />

f<strong>os</strong>se o lugar capaz de reunir, sem tensões, o geral e o particular. (p. 82).<br />

A prop<strong>os</strong>ição da autora com relação à rua como espaço de reunião que envolve o<br />

geral e o particular pode ser avaliada no âmbito da sociedade <strong>urbana</strong>, pois o geral se dá pela<br />

circulação, pel<strong>os</strong> flux<strong>os</strong> e o particular de acordo com interesses de cada indivíduo num<br />

processo que combina a produção e reprodução socioespacial da cidade por intermédio d<strong>os</strong><br />

us<strong>os</strong>. A propósito, Damiani (2001) destaca que a cidade é:<br />

(...) objeto de uso herdado do passado, é transformada em objeto de troca<br />

e de consumo, do mesmo modo que as “coisas” negociáveis. Esta<br />

construção lefebvriana desvenda a potência da economia de mercado,<br />

que avassaladora atinge as cidades e determina um outro lugar para a<br />

cidade na história humana, não porque a cidade contenha fenômen<strong>os</strong><br />

econômic<strong>os</strong>, na forma de receptáculo primordial, mas porque ela é<br />

determinante para o seu desenvolvimento; transformada, tragicamente,<br />

em limite e centro de potência da acumulação do capital. O que significa<br />

que reina amplamente, o econômico. (p. 119-120).<br />

Tomando como base para entendimento das novas práticas socioespaciais <strong>os</strong> fix<strong>os</strong> e<br />

flux<strong>os</strong> que se relacionam tem<strong>os</strong> que a cidade apresenta-se como um espaço que é dominado<br />

“pela propriedade privada – e a satisfação de necessidades elementares” (DAMIANI, 2001,<br />

p. 120). Assim, consideram<strong>os</strong> que o centro de algumas cidades está contido nessa análise,

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