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centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

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do anterior, mas com um novo aspecto, visto que vivem<strong>os</strong> a chamada “era d<strong>os</strong> shopping<br />

centers”, fato que propiciou o nome dado àquele espaço.<br />

O que justifica e reforça a idéia do novo é a questão do público consumidor, a<br />

generalização e o fetiche das mercadorias, o tempo de duração não somente d<strong>os</strong> produt<strong>os</strong>,<br />

mas também das necessidades (a obsolescência), pois não são apenas as pessoas de baixa<br />

renda que buscam <strong>os</strong> produt<strong>os</strong> que <strong>os</strong> camelôs e ambulantes comercializam, mas quem<br />

precisa de alguma mercadoria que está contida nesses espaç<strong>os</strong>. É como se f<strong>os</strong>se um<br />

espetáculo realizado numa arena, onde uma multidão espera encontrar algo para se<br />

satisfazer, portanto, é um imenso e eterno prazer o ato de consumir.<br />

As formas espaciais estão associadas à produção e reprodução do espaço urbano,<br />

que por sua vez podem ser interpretadas a partir das formas comerciais criadas para<br />

satisfazer as necessidades do consumo, cujo centro tradicional, e muitas vezes principal das<br />

cidades brasileiras, abriga formas e funções que se renovam para atender <strong>os</strong> ansei<strong>os</strong> e<br />

necessidades humanas. Nessa perspectiva, a mercadoria desencadeia uma função que faz<br />

parte de um processo histórico e que está inserido no contexto da sociedade <strong>urbana</strong> que é a<br />

prática do consumo, que por sua vez expressa a relação com o espaço. Por isso falam<strong>os</strong> em<br />

consumo do e no espaço, além da reprodução do capital que permeia essas relações e a<br />

questão da apropriação de uma dada parte desse espaço para que o círculo da<br />

mercadoria/consumo/ lucro se concretize, visto que tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> cidadã<strong>os</strong> são consumidores de<br />

algum produto e até mesmo do espaço.<br />

Carreras (1992) aponta para a questão das mudanças no consumo que caracterizam<br />

mudanças n<strong>os</strong> níveis de vida através do automóvel, da geladeira e da televisão, uma vez<br />

que o tempo de cada indivíduo é diferente e depende das necessidades a serem suprimidas.<br />

O automóvel como transporte individual facilitou a locomoção no interior das cidades, pois<br />

é p<strong>os</strong>sível chegar onde se quer; a geladeira 4 permitiu armazenar <strong>os</strong> aliment<strong>os</strong> fazendo com<br />

que o próprio tempo f<strong>os</strong>se também aproveitado para outras atividades, sem a necessidade<br />

de ir ao mercado do bairro busca-l<strong>os</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> dias, mesmo porque outr<strong>os</strong> equipament<strong>os</strong><br />

comerciais como <strong>os</strong> supermercad<strong>os</strong> e, atualmente, <strong>os</strong> hipermercad<strong>os</strong> e shopping centers<br />

foram surgindo fora do centro das cidades, processo este caracterizado como suburbano.<br />

4 RYBCZYNSKI, Witold em Vida nas Cidades: expectativas <strong>urbana</strong>s no novo mundo, de 1996, também<br />

discute a questão da televisão e da geladeira terem transformado o modo de vida das pessoas nas cidades e<br />

impulsionando o desenvolvimento urbano.

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