13.04.2013 Views

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

capitalismo. Nessa perspectiva, podem<strong>os</strong> entender que se buscam<strong>os</strong> o centro como um<br />

espaço para o uso, também tem<strong>os</strong> que considerar que este uso acaba sendo mascarado pela<br />

dominação da mercadoria, que expressa o uso de um espaço para que a reprodução se<br />

concretize, ou seja, a territorialização da mercadoria favorece a apropriação do próprio<br />

espaço para o exercício da dominação, que por sua vez é a do capital, implícito na<br />

generalização d<strong>os</strong> produt<strong>os</strong> comercializad<strong>os</strong>. Seabra (2004, p. 183) discute que há “um<br />

processo de valorização do espaço, implícito nas relações sociais, o qual necessariamente,<br />

tem que se territorializar para permitir alguma apropriação”.<br />

Sobarzo (2004, p. 145) também aponta nessa análise que junto “à dominação existe<br />

a apropriação no cotidiano e com ela as p<strong>os</strong>sibilidades de transformação, do novo” (A idéia<br />

que o autor considera é a de que <strong>os</strong> usuári<strong>os</strong> do espaço precisam superar a extrema<br />

condição de consumidores, pois precisam aproveitar esses us<strong>os</strong> também para as práticas<br />

sociais que envolvem a cultura. No caso da realidade d<strong>os</strong> camelôs e ambulantes que se<br />

instalaram no centro de Anápolis querem<strong>os</strong> registrar que ao mesmo tempo em que<br />

dominam esse espaço com a exp<strong>os</strong>ição das mercadorias que ficam espalhadas pelas bancas<br />

ou em locais específic<strong>os</strong> há também a criatividade com que planejam o uso do espaço de<br />

modo que combinam o trabalho com as mais variadas formas de atrair <strong>os</strong> consumidores<br />

(muitas vezes encontram<strong>os</strong> ambulantes que fazem propaganda d<strong>os</strong> produt<strong>os</strong> com cartazes<br />

colad<strong>os</strong> no próprio corpo, ou seja, procuram fazer a propaganda d<strong>os</strong> produt<strong>os</strong> para<br />

conquistar o cliente).<br />

Podem<strong>os</strong> pensar, então, que a revitalização d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> centrais contribui para<br />

agravar as diferenças no interior das cidades, gerando uma grande distinção entre <strong>os</strong> lojistas<br />

e ambulantes, uma vez que o sentido da apropriação deveria ser pensado para neutralizar <strong>os</strong><br />

conflit<strong>os</strong> e não acirrá-l<strong>os</strong> ainda mais. De qualquer forma, há uma disputa pelo “lugar”<br />

dentro do próprio centro e da cidade como um todo, além da programação d<strong>os</strong> us<strong>os</strong>, pois<br />

cada elemento presente no centro assume um papel diferenciado na apropriação do espaço e<br />

como ressalta Sobarzo (2004, p 151) para cada usuário existem “pedaç<strong>os</strong>” de cidade<br />

apropriada.” E pr<strong>os</strong>segue dizendo que:<br />

A consideração da apropriação como uma privatização do espaço público<br />

na escala do corpo d<strong>os</strong> usuári<strong>os</strong> inter-relaciona as esferas do público e do<br />

privado, mas também significa uma relação interescalar porque, embora

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!