13.04.2013 Views

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Retomando a análise sobre a concepção de cidade presente no discurso<br />

da Associação Viva o Centro, toda noção de planejamento da cidade<br />

implica a constituição de um poder urbano, formado por um rol de<br />

mecanism<strong>os</strong> econômic<strong>os</strong>, ideológic<strong>os</strong> e polític<strong>os</strong> que reprimam tudo o<br />

que seja considerado uma afronta a um determinado padrão de ordem<br />

social. Não há cidade sem o seu correlato, ou seja, um poder que a<br />

constitua, organize e faça perdurar, e que defina um padrão que oriente o<br />

tipo de apropriação, socialmente aceitável (e rentável), do espaço, além<br />

de produzir um discurso a respeito da cidade e do cidadão. (p. 121).<br />

Percebem<strong>os</strong>, com clareza, que as estratégias da sup<strong>os</strong>ta revalorização do centro<br />

contém um teor de pulverização das funções que devem fazer parte do centro da cidade,<br />

destacando a intenção primordial da reprodução do espaço urbano através da apropriação<br />

com base na propriedade privada, por isso, o caráter rentável, que por sua vez expressa a<br />

funcionalidade e as p<strong>os</strong>sibilidades, além de vantagens do crescimento econômico da área.<br />

Por outro lado, tem<strong>os</strong> uma situação que aponta para o crescimento dessas<br />

atividades, pois o <strong>comércio</strong> ambulante, segundo Ramires (2001, p. 212), “está entrando no<br />

processo produtivo”, fato que interessa ao Estado, até mesmo pelo controle que tem sobre<br />

<strong>os</strong> lucr<strong>os</strong> na forma de imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong>, visto que o que precisa ser avaliado é que não há uma<br />

separação entre aqueles que se encontram inserid<strong>os</strong> no contexto d<strong>os</strong> informais para <strong>os</strong> que<br />

estão formalizad<strong>os</strong> quando falam<strong>os</strong> da (re)produção do capital.<br />

A existência dessa categoria “se coloca como fato inegável da sua vinculação a esta<br />

forma social de organização para a produção” (GONÇALVES, 2000, p. 92), ou seja, há<br />

uma intermediação entre ambas e o que um não abrange, o outro se encarrega; este é o<br />

sentido da relação. Assim, Sant<strong>os</strong> (1979) aponta que:<br />

[...] a existência na cidade de um circuito moderno forte não é<br />

[companhada automaticamente de sua presença n<strong>os</strong> camp<strong>os</strong> circundantes.<br />

Em várias hipóteses, o circuito moderno é incapaz de prolongar<br />

diretamente sua influência sobre a região. É assim, por exemplo, quando<br />

sua atividade tem uma forma monopolística e fixa preç<strong>os</strong> elevad<strong>os</strong> para a<br />

produção; quando internaliza as economias externas de que necessita e<br />

impede o crescimento econômico local; quando exerce uma política<br />

salarial sem repercussão sobre o mercado de trabalho. Nesses cas<strong>os</strong>, entre<br />

outr<strong>os</strong>, o circuito superior, apesar de sua força em valor absoluto, não<br />

tem efeito em cadeia sobre o campo, que ele pode até contribuir para<br />

empobrecer. É ao circuito inferior que cabe a tarefa de manter relações<br />

constantes com o campo. (p. 282).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!