15.04.2013 Views

o conto insolúvel de Herberto Helder - Universidade do Minho

o conto insolúvel de Herberto Helder - Universidade do Minho

o conto insolúvel de Herberto Helder - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

134 diAcríticA<br />

em Walter Benjamin, algo como um real não existente (para usar uma<br />

fórmula <strong>de</strong> Maria Gabriela Llansol).<br />

Ler: imaginar rigorosamente. este livro é uma «pauta» para o<br />

máximo <strong>de</strong> «música» <strong>de</strong> que formos capazes. É, por exemplo, o caso<br />

<strong>de</strong> um poema cujo primeiro verso contém (chegou a tê-lo nas primeiras<br />

edições como título) o primeiro verso <strong>de</strong> um admirável soneto <strong>de</strong><br />

Camões: «Transforma-se o ama<strong>do</strong>r na cousa amada». <strong>Herberto</strong> Hel<strong>de</strong>r<br />

expan<strong>de</strong> o motivo da transformação numa série <strong>de</strong> metamorfoses, e<br />

o seu poema torna-se na invenção alucinada <strong>de</strong> um violento corpo a<br />

corpo amoroso.<br />

2. A faca não corta o fogo (2008 e 2009)<br />

em 2002, sai em Paris uma edição bilingue que tem como título<br />

e subtítulo – le poème continu: somme anthologique. A selecção é<br />

entretanto mais ampla que em ou o poema contínuo. O facto <strong>de</strong> ser<br />

antológica – uma antologia supõe sempre um horizonte em relação ao<br />

qual se constitui, o horizonte <strong>de</strong> uma «obra completa» – é o que leva a<br />

súmula a dilatar-se e a integrar poemas que a edição portuguesa não<br />

acolhera, mas não to<strong>do</strong>s os que integravam Poesia toda.<br />

A edição em Portugal <strong>de</strong> um volume equivalente ao que foram as<br />

várias edições <strong>de</strong> Poesia toda data <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2004, com um título<br />

– ou o poema contínuo – que corrobora a possibilida<strong>de</strong> acima esboçada<br />

<strong>de</strong> lermos – «Poesia toda ou o poema contínuo». Curiosamente<br />

neste livro não é acolhi<strong>do</strong> o poema inédito que fechava ou o poema<br />

contínuo: súmula e que fora também recolhi<strong>do</strong> na somme anthologique.<br />

Porquê? Porque não é um novo livro, mas apenas um poema?<br />

Ou porque haveria já outros poemas inéditos, nessa altura, e se aguardava<br />

um outro livro. esperou HH e aguardámos nós 4 (quatro) anos<br />

para que tal livro surgisse (com um novo título) e acompanhan<strong>do</strong> uma<br />

nova súmula. eis-nos perante A faca não corta o fogo: súmula e inédita,<br />

edita<strong>do</strong> em Setembro <strong>de</strong> 2008. este novo livro equivale a ou o poema<br />

contínuo: súmula reeditan<strong>do</strong>, emendada, a súmula e acrescentan<strong>do</strong>-<br />

-lhe um livro inédito «A faca não corta o fogo» que dá o título ao<br />

volume e assim substitui o título ou o poema contínuo, que parecera<br />

estar <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a substituir Poesia toda.<br />

A nova súmula e os inéditos conferem ao volume o título da<br />

recolha inédita, o que não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> a valorizar e <strong>de</strong> projectar esse<br />

título como susceptível <strong>de</strong> intitular a súmula, que é, entretanto emendada.<br />

Consiste essa emenda na repescagem para a súmula da primeira

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!