15.04.2013 Views

o conto insolúvel de Herberto Helder - Universidade do Minho

o conto insolúvel de Herberto Helder - Universidade do Minho

o conto insolúvel de Herberto Helder - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

38 diAcríticA<br />

Fig. 1 – Caravaggio, A incredulida<strong>de</strong> <strong>de</strong> s. tomé (c. 1601-02).<br />

Óleo sobre tela, 107 × 146 cm. Sanssouci, Potsdam.<br />

uma constante das poéticas barrocas que permite congregar outros<br />

motivos recorrentes: o da prega, o <strong>do</strong> toque, o da luz. Mais <strong>do</strong> que<br />

às valências colorísticas sondadas por estela Gue<strong>de</strong>s 19 na poesia <strong>de</strong><br />

H.H., atenho-me à questão lumínica que aqui me parece particularmente<br />

relevante enquanto motivo teórico na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong><br />

perspéctico transformativo e alucinatório que põe à prova noções <strong>de</strong><br />

escala, <strong>de</strong> distância, <strong>de</strong> exteriorida<strong>de</strong> e, cumulativamente, a própria<br />

estabilida<strong>de</strong> das categorias <strong>de</strong> sujeito e <strong>de</strong> objecto.<br />

regresso: à ameaça / A limpi<strong>de</strong>z / atravessa-me pelos furos naturais / ardi<strong>do</strong>s, / entra um<br />

astro / por mim <strong>de</strong>ntro: / faz-me potência e dança, / que toda a noite <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> te torne<br />

humana: / obra».<br />

19 Cito palavras da autora: «No meu ca<strong>de</strong>rno A poesia na óptica da Óptica, <strong>de</strong>i conta<br />

da paleta das cores, <strong>do</strong>minada pelo vermelho da “obra ao rubro”. Não significa isto que<br />

as cores e as formas <strong>de</strong> um poema sejam visíveis ou perceptíveis como paisagens. Não,<br />

não são perceptíveis nem sequer como as imagens <strong>de</strong> um quadro cubista, abstrato ou<br />

fauvista. Significa, sim, que o poeta trabalha com a linguagem e que faz opções lexicais<br />

mais importantes ou significativas umas <strong>do</strong> que outras.» (Gue<strong>de</strong>s, 2009a) Cf. ainda o<br />

texto da mesma autora obra ao rubro, disponível em versão digital (Gue<strong>de</strong>s, 2009b).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!