15.04.2013 Views

o conto insolúvel de Herberto Helder - Universidade do Minho

o conto insolúvel de Herberto Helder - Universidade do Minho

o conto insolúvel de Herberto Helder - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

as fronteiras <strong>do</strong> poético<br />

na poesia <strong>de</strong> <strong>Herberto</strong> Hel<strong>de</strong>r<br />

resumé<br />

NUNO JúDICe<br />

(Universida<strong>de</strong> Nova <strong>de</strong> Lisboa)<br />

À partir <strong>de</strong> la distinction entre poésie et prose, on cherche dans « le poème<br />

continu» <strong>de</strong> <strong>Herberto</strong> Hel<strong>de</strong>r les traits qui transportent cette « joie » qui, d’après<br />

Paul Clau<strong>de</strong>l, est le propre <strong>de</strong> la poésie. Ce poème qui va du premier au <strong>de</strong>rnier<br />

livre du poète gar<strong>de</strong> la specificité du rhytme et <strong>de</strong>s images qui oblige à lire le tout<br />

d’une façon totale où la Création est le vrai sujet du poème.<br />

Nas «Reflexões sobre a poesia», Paul Clau<strong>de</strong>l estabelece uma diferença<br />

nuclear entre a prosa e a poesia: diz ele que, na primeira, produz-se<br />

um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conhecimento, na segunda um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> alegria.<br />

O que é próprio da poesia é seguir um pensamento que proce<strong>de</strong> não<br />

pela aproximação e envolvimento <strong>do</strong> objecto a partir <strong>de</strong> um processo<br />

a que ele chama analítico, mas por cortes numa continuida<strong>de</strong> que<br />

faria parte <strong>de</strong> uma «linha ininterrupta» que não faz parte da natureza<br />

humana, em que o pensamento proce<strong>de</strong> por uma sequência <strong>de</strong> elipses,<br />

<strong>de</strong> imagens ou i<strong>de</strong>ias entrecortadas por espaços <strong>de</strong> nada, pontua<strong>do</strong>s<br />

por essas «iluminações» <strong>de</strong> que falava Rimbaud, ou pelos «punti luminosi»<br />

que, no fim da sua vida, era o que aparecia a ezra Pound, sem<br />

qualquer fio condutor a religá-los.<br />

O que estabelece uma relação lógica entre os vários segmentos<br />

que constituem a totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> poema é, antes <strong>de</strong> mais, um percurso<br />

que po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>signar por «gramatical» – uma gramática <strong>do</strong> pensamento<br />

imagístico, mais <strong>do</strong> que uma gramática linguística, em que<br />

sucessivos traços <strong>de</strong> ligação surgem para impor um raciocínio <strong>de</strong>du-<br />

DIACRÍTICA, ciênciAs dA literAturA, n.º 23/3 (2009), 145-149

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!