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Baixar - Proppi - UFF

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garantidas. E o Islam, ele luta por isso.” Em seguida, alinhavando o mais abstrato e geral da<br />

doutrina islâmica com uma questão particular da realidade de uma comunidade da ummah,<br />

pergunta: “Por que que eu tô falando isso? Porque, na realidade, se você olhar pro que acontece<br />

na Palestina, você vê que todas essas cinco necessidades básicas não são respeitadas. A<br />

vida do palestino é tirada como se fosse nada. A dignidade do palestino não é respeitada, a<br />

razão... nada, dentro do território da Palestina hoje é respeitado.” Munzer traça uma análise<br />

pormenorizada do problema nas relações entre o ‘Estado Sionista de Israel’ e a Palestina, com<br />

especial atenção ao histórico recente do bloqueio à Faixa de Gaza. Discursa sobre as condições<br />

da população, efeitos do bloqueio. Referindo-se ao ‘Massacre de Gaza’, em fins de 2008<br />

e 2009, lembra à audiência: “Hoje em dia, depois do massacre que tivemos ano passado, as<br />

casas estão destruídas, eles não tem como reconstruir as suas casas; casas estão sem janelas,<br />

sem portas, sem paredes. Tenta-se entrar com material para reconstruir essas casas, não se<br />

consegue. O inverno está chegando, o que será dessas pessoas?”. O sermão prossegue com<br />

Munzer lembrando o absurdo do ataque do exército israelense à flotilha de ajuda humanitária.<br />

Ri em tom de deboche ao lembrar a afirmação do ‘Estado Sionista de Israel’ de que agiu em<br />

legítima defesa. “Eu fico imaginando a cena: um soldado, diante de uma criança de nove, dez<br />

anos, com uma pedra na mão pra defender a sua vida, [o soldado] armado até os dentes, olha<br />

para aquela criança e diz: ‘Meu Deus, eu preciso fazer alguma coisa pra me defender’. E mata<br />

aquela criança. Isso é legítima defesa.” E prossegue: “Diante de uma colocação dessa, eu só<br />

posso afirmar que, na verdade, o que há é uma grande crise de falta de humanidade do governo<br />

de Israel.”. O discurso se inflama, eleva de tom, ainda que com alguma moderação. Munzer<br />

lembra que o governo de Israel acusou de ser terrorista uma embarcação que tentava levar<br />

ajuda humanitária à população de Gaza e se dirige diretamente à brasileira que estava na embarcação,<br />

Iara Lins, lembrando que ela está sendo acusada pelo governo israelense de ser uma<br />

terrorista. E se manifesta, repudiando as afirmações do Estado de Israel, ‘enquanto ser humano,<br />

brasileiro e muçulmano’. Lembra que mais de 60 nacionalidades foram atacadas pela invasão<br />

à ‘flotilha da paz’ e que, portanto, o dever de se manifestar contrariamente ao Estado de<br />

Israel não era mais apenas dos habitantes de Gaza, Palestina, muçulmanos, mas de todos os<br />

habitantes do planeta. “E, hoje em dia, a forma que cada um tem de se posicionar, é através do<br />

boicote econômico aos produtos de Israel.”<br />

Munzer não menciona quais sejam esses produtos, mas essa informação é senso comum<br />

na comunidade. Assim, Coca-cola, Pepsi, McDonalds, Burger King, KFC, Procter&Gamble<br />

(P&G), Nestlé, Kraft, Danone, Avon, L’oréal, Johnson, Phillip Morris, GE, GM,<br />

Chevrolet, Ford, Nike, Heinz, Carrier, Walt Disney, todos produtos que apoiam e financiam o<br />

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