Baixar - Proppi - UFF
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na mussala; espaço religioso e espaço burocrático distintos e organizados na mesquita, embora<br />
esta última configuração ainda não esteja de todo efetivada, sendo ainda um projeto.<br />
Em agosto de 2008 as obras estão em tal ponto que permitem a transferência das atividades<br />
religiosas para a nova mesquita (Cavalcante Jr. 2008:22). A sede do bairro da Lapa continua<br />
em funcionamento, abrigando algumas das estruturas burocráticas, mas no médio prazo<br />
mesmo estas tendem a ser realocadas para o prédio da Tijuca. Dentro desse projeto de abrigar<br />
todas as atividades da SBMRJ, que vão de assuntos administrativos da comunidade, passando<br />
por atividades religiosas básicas, como orações e festas, chegando a atividades recreativas<br />
para membros da comunidade, o prédio adquirido, que originalmente era de dois andares, está<br />
sendo transformado em uma construção com quatro andares. A divisão dos andares, segundo<br />
alguns dos membros da sociedade, seria a seguinte: 1º andar – salão de oração, minbar e mihrab;<br />
2º andar – salas de administração e departamentos; 3º e 4º andares – divididos entre<br />
salas de aula e palestras e um salão de confraternização.<br />
Financiamento da obra<br />
Como aponta o trabalho de Gisele Chagas (2006:73, meus destaques) “a comunidade muçulmana<br />
sunita do Rio de Janeiro procura se inserir no campo religioso brasileiro, estando envolvida<br />
na construção de uma nova mesquita na Tijuca”. A construção da mesquita não atende<br />
apenas a motivos operacionais – é claro que os atende, mas não somente – já que marca a<br />
presença do Islã na paisagem da cidade, sendo “um meio de publicizar a identidade muçulmana<br />
e significativamente estará localizada na Tijuca, bairro do Rio de Janeiro conhecido por<br />
abrigar espaços religiosos de diferentes tradições e crenças.” (2006:73).<br />
De acordo com Claudio Cavalcante Jr. (2008:21), recursos de instituições islâmicas<br />
como a CDIAL e a WAMY, ambas com sede em São Paulo, são utilizados, além de contribuições<br />
voluntárias, segundo dados que levantei entre os dirigentes. Essas contribuições podem<br />
adquirir a forma de doações em dinheiro, mas também podem vir como objetos de uso na<br />
mesquita, como uma significativa doação recebida do Egito de um enorme tapete capaz de<br />
cobrir todo o salão do térreo, que será utilizado somente quando as obras estiverem finalizadas.<br />
O estado de obra faz com que outros objetos já adquiridos ainda não sejam utilizados,<br />
como um amplo relógio que realiza o adhan – o chamamento para a oração. Como me disse<br />
um dos diretores, “com a obra, muita gente circulando na mesquita, muito peão de obra... sei<br />
lá. A gente não sabe o respeito que esses caras vão ter com os objetos. [O relógio] tá guardado<br />
lá em cima. Quando tiver condições, a gente instala.”<br />
Outra forma de angariar fundos para a obra da mesquita é a realização de eventos soci-<br />
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