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Baixar - Proppi - UFF

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Brasil, também segundo as informações da própria apresentação. A presença dessas referências<br />

nos indicam as conexões e circuitos aos quais os intelectuais da comunidade estão ligados<br />

e que tipo de interpretação está sendo circulada.<br />

O livro não é organizado por capítulos e sim por tópicos que são abordados brevemente,<br />

concatenados em sequência, de modo a abordar o conjunto de problemas em ordem lógica.<br />

A brevidade também marca essa obra. Uma rápida introdução aponta para a importância do<br />

conhecimento no Islã, suas contribuições marcantes na história da humanidade. Munzer irá<br />

apresentar a mesma explicação moralista para a decadência do Islã frente à ciência – o afastamento<br />

da prática correta da religião, exposta ao fim. O que o livro procura é exatamente restaurar<br />

uma união desfeita pela epistemologia ocidental entre revelação e ciência, expondo os<br />

elos epistemológicos que ligam o Islã e o pensamento científico. Munzer afirma que o Islã defende<br />

três fontes legítimas para o conhecimento: a revelação – que é divina; a razão e a experiência.<br />

Dos três, o menos rigoroso segundo a epistemologia ocidental é a revelação. O autor<br />

inicia então uma série de investigações para mostrar que a razão e a experiência não bastam<br />

para abordar todos os fenômenos que compõem a realidade. Como poderemos saber a origem<br />

e o propósito do mundo e de seu criador? A revelação como forma de conhecimento é ontologicamente<br />

necessária e legitima o julgamento do Senhor, uma vez que via revelação temos<br />

acesso a Sua mensagem. No entanto, como o fenômeno da revelação não é passível de repetição,<br />

foi descartado pela ciência moderna. Mas essa mesma epistemologia moderna aceita o<br />

‘mito do evolucionismo’, “… que não passa de especulações acerca de um fenômeno que, segundo<br />

eles, aconteceu em determinado momento da história e que não é passível de repetição<br />

em nossa época.” (Isbelle 2010:5). É importante apontar que, segundo a teoria evolucionista, a<br />

evolução é um processo constante, jamais terminado, de modo que esse fenômeno a que se<br />

refere Munzer deve ser o da origem da vida, embora não fique muito claro no texto. Se é assim,<br />

a origem da vida é um fenômeno sem repetição, do mesmo modo que a revelação.<br />

Uma vez apresentado o problema da revelação frente à epistemologia ocidental, Munzer<br />

traça um esquema histórico-filosófico da concepção de revelação entre filósofos gregos e<br />

cristãos. A apresentação tende a simplificar ao extremo a história da filosofia, resume os argumentos<br />

em grupos entre os quais estão divididos os filósofos e faz prevalecer as generalidades<br />

de cada conjunto. Assim, entre os gregos a razão é a fonte do conhecimento, a religião<br />

(especialmente em Platão, segundo Munzer) é um instrumento de dominação, mas a revelação<br />

não é mencionada.<br />

Os cristãos são divididos em 3 grupos: um onde a revelação é a única fonte válida; outro<br />

onde a revelação está submetida à razão; e o terceiro onde ainda outras divisões apare-<br />

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