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Baixar - Proppi - UFF

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se dirige, o que faz necessário, como estratégia de identificação, a menção a Jesus. O texto<br />

caminha para o fim afirmando não haver o menor interesse material com a conversão do leitor,<br />

tratando-se então de um simples ato de caridade. Solicitam que não se julgue o Islã por<br />

informações falsas da mídia, que afirmam o terrorismo, o fanatismo e a poligamia como inerentes<br />

ao Islã, e que o leitor pense, reflita “com a mente iluminada” (o destaque é meu). O<br />

texto conclui com um pedido de desculpas caso a mensagem não tenha agradado e, só então,<br />

notar bem, apresenta a primeira pessoa do discurso como “Seus Irmãos na Humanidade. Os<br />

Muçulmanos.”<br />

O texto tem o propósito claro de, por meio da referência à ponderação, ao escrutínio<br />

individual intelectual, rechaçar qualquer associação com fanatismo. E a apresentação tardia<br />

como ‘muçulmano’ parece funcionar para impedir um afastamento imediato, como mostrando<br />

que o que os muçulmanos pregam não é algo tão distante, uma vez que se procure ler a mensagem<br />

passada sem o preconceito produzido pelas ‘informações falsas da mídia’. Assim, após<br />

ler um texto razoável e plausível, surpreender-se-ia o leitor com a descoberta de que essa fala<br />

prega a religião do Islã.<br />

Outro panfleto, em cartolina, comenta as relações entre os profetas Abraão, Moisés,<br />

Jesus e Muhammad. Intitula “Como esses profetas – Abraão, Moisés, Jesus e Muhammad<br />

(que a paz esteja sobre eles) – oravam?” O texto aqui é mais simples e curto que o anterior, e<br />

a única menção a uma autoria é um link na face posterior, www.islamic-invitation.com. Menciona<br />

o encontro entre um ‘grande sábio muçulmano’, Sheikh Ahmad Deedat, e um grupo de<br />

cristãos e judeus para visitar uma mesquita em Durban, na África do Sul, e após iniciar uma<br />

série de explicações a respeito de como os muçulmanos rezam e comparar o ritual de oração<br />

muçulmano com passagens do Velho e do Novo testamento – alcançando, portanto, tanto leitores<br />

judeus quanto cristãos – acerca das formas de oração dos profetas mencionados 4 , o sábio<br />

muçulmano pergunta, uma vez informados sobre o ritual islâmico e as referências bíblicas às<br />

práticas islâmicas, qual seria a forma de oração mais cristã. A resposta, evidentemente: “Certamente<br />

a forma islâmica de adoração é mais cristã do que outras.” O texto segue conclaman-<br />

4 “E Deus disse: “Não te aproximes daqui. Tira a sandália dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é<br />

uma terra santa.” (Êxodo 3:5). “Moisés, Aarão e seus filhos lavaram aí as mãos e os pés. Quando entravam na<br />

tenda de reunião e se aproximavam do altar, faziam suas abluções, como o senhor tinha recomendado a Moisés.”<br />

(Êxodo 40:31-32). Abrão prostrou-se com o rosto por terra. Deus disse lhe…” (Gênesis 17:3). “Abraão prostrouse<br />

com o rosto por terra…” (Gênesis 17:17). “Moisés e Aarão deixaram a assembleia e dirigiram-se à entrada da<br />

tenda de reunião, onde se prostraram com a face por terra. Apareceu-lhes a glória do Senhor.” (Números 20:6).<br />

“Josué prostrou-se com o rosto por terra…” (Josué 5:15). “Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face<br />

por terra, assim rezou…” (Mateus 26:39). Estas são as passagens mencionadas no texto. Aqui, com o próprio<br />

texto cristão, justificam-se as práticas islâmicas de descalçar-se, da realização do wudu e das prostrações tão<br />

características da oração islâmica.<br />

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