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Baixar - Proppi - UFF

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A pesquisa com o Movimento Raeliano no Rio de Janeiro acabou interrompida em janeiro de<br />

2010. Os primeiros contatos que fiz com o Movimento foram em março e abril de 2009, ainda<br />

nos primeiros meses do curso de mestrado, após ter localizado informações sobre a presença<br />

do grupo no Rio de Janeiro e ter visitado a sede improvisada do movimento em Botafogo,<br />

zona sul da cidade. Michel Vilan 24 , representante do movimento no Brasil e coordenador para<br />

a América Latina recebeu-me muito bem, de forma cordial explicou-me sobre o que compunha<br />

o movimento e seu funcionamento, além de ter discorrido longamente sobre questões<br />

filosóficas e teológicas que envolvem a religião no mundo contemporâneo e a inserção do<br />

Raelianismo nessa conjuntura. Formado em filosofia pela Universidade de Paris nos fins dos<br />

anos 1980, Vilan demonstrou desde o início grande interesse pela pesquisa que me dispunha a<br />

fazer, refletindo sobre determinados aspectos da antropologia contemporânea e o caso francês,<br />

na figura de Claude Lévi-Strauss, ainda vivo naquele momento.<br />

No entanto, já no primeiro encontro, o primeiro percalço. Vilan me adverte que, sendo<br />

eu antropólogo e querendo realizar uma etnografia – o que ele entendia muito bem o que é e<br />

como funciona – teria que esperar seis meses mais, já que sua estada no Brasil era intercalada<br />

por viagens à Europa, e seu voo para seis meses na Itália estava marcado para a próxima terça-feira,<br />

dali a três dias. Michel Vilan é filho de pai espanhol e mãe francesa, criado na França,<br />

com visto permanente no Brasil, dono de uma empresa de viagens na Itália que atende<br />

basicamente a brasileiros que embarcam para desfrutar do verão mediterrâneo. Eis porque<br />

estava de viagem marcada: primavera na Europa, momento oportuno para fechar negócios,<br />

vender pacotes de viagens para as paradisíacas ilhas mediterrâneas. Sua vida se dividia entre<br />

os verões europeus, a trabalho, e os verões brasileiros, em descanso da atividade empresarial,<br />

mas a serviço do movimento religioso, do qual faz parte desde os 15 anos de idade. À época<br />

Michel Vilan aparentava cerca de 40 anos de idade.<br />

A volta de Michel Vilan ao Brasil estava programada para outubro, quando o outono<br />

chegaria à Europa. Manifestei interesse em dar continuidade à pesquisa quando Vilan voltasse,<br />

já que poderia esperar esses meses, considerando que me encontrava no primeiro ano de<br />

mestrado e envolvido com a conclusão dos créditos de disciplinas obrigatórias e optativas.<br />

Vilan mostrou-se solícito, bem disposto, concordando em me ajudar. No entanto, apontou<br />

alguns problemas de ordem mais específica com relação à minha pesquisa. A comunidade no<br />

Rio de Janeiro era pequena, com algumas pessoas espalhadas pela vizinhança de Botafogo,<br />

alguns no subúrbio, outros no norte do Estado e na Região dos Lagos. Vilan garantiu que me<br />

24 Neste caso faço uso de codinome para referir-me ao membro coordenador do movimento raeliano no país.<br />

26

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