Baixar - Proppi - UFF
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talhado, profundamente documentado. Por diversas vezes traça longas comparações entre a<br />
documentação bíblica e a posição islâmica. Ambos partem de um mesmo propósito maior –<br />
falar sobre, esclarecer – mas o alcançam por diferentes estradas.<br />
A estrutura geral de “Islam: sua crença e sua prática”, sua organização temática é idêntica<br />
a “Descobrindo o Islam”. Apresenta definições gerais, como o que significa Islam, a religião<br />
como sistema total (din) e aspectos da cosmologia islâmica. Depois apresenta os seis<br />
pilares da crença: 1- a unicidade de Deus (Tawhid); 2- a crença nos anjos; 3- crença na revelação<br />
dos livros; 4- crença nos mensageiros de Deus; 5- crença no Dia do Juízo Final; 6- crença<br />
no Kadar ou Takdir. Em seguida os cinco pilares da religião: 1- o testemunho; 2- a oração; 3-<br />
o zakat; 4- o jejum no mês do Ramadan; 5- a peregrinação à Meca, concluindo a obra com<br />
considerações finais a respeito da prática sincera do Islã. Em termos de organização, o livro<br />
Figura 14: fiel orando<br />
de Sami não difere profundamente do de<br />
Munzer, mas é muito mais desenvolvido,<br />
extenso. Assim, cada tópico é desmembrado,<br />
analisado parte a parte, conferido, contrastado<br />
22 .<br />
Ao discorrer sobre a Criação, onde<br />
divergências profundas aparecem, principalmente<br />
com aqueles que no dia-dia da<br />
comunidade carioca são chamados ‘laicistas’,<br />
o tema ganha abordagem ‘lógica e racional’. Já considerando que o tema é abordado como<br />
evidência da unicidade divina, afirma Sami: “No que tange à criação do universo, podemos<br />
formular algumas hipóteses e analisá-las de uma forma lógica e racional.” (Isbelle<br />
2003:18, meus destaques). Após algumas exposições sobre a (im)probabilidade do acaso ser<br />
criativo, afirma: “Logo, com esse exemplo, podemos ver com clareza que o que ocorre na<br />
casualidade é muito difícil de se repetir e impossível de continuar ocorrendo, e tudo que vemos<br />
na natureza se renova continuamente e se repete regularmente, tornando impossível que<br />
isto ocorra por mera casualidade.” (Isbelle 2003:19, meus destaques). Os exemplos acerca<br />
dessa configuração da exposição do argumento, racional, ponderada, examinativa, poderiam<br />
ser listados abundante-mente. Ainda ao abordar a discussão sobre a criação de Deus, no tópico<br />
seguinte à tese ateia do acaso da criação, Sami expõe a hipótese naturalista, igualmente<br />
ateia.<br />
22 Mais uma vez o contraste é predominantemente com a tradição cristã.<br />
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