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Baixar - Proppi - UFF

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logo, somados a conflitos internos da comunidade, levaram à recusa de sua presença na comunidade,<br />

o que expõe a importância da habilidade na condução das relações sociais durante<br />

a pesquisa.<br />

O canal que me levou à comunidade funcionou como um atalho, facilitando um acesso<br />

que, de outro modo, imagino que também seria possível, mas provavelmente com outros desdobramentos,<br />

outro posicionamento de minha figura do esquema significativo da comunidade,<br />

outro conjunto de relações. Em primeiro lugar, cheguei como pesquisador interessado na comunidade.<br />

Foi muito bem recebida a disposição de minha parte de, ao pretender escrever um<br />

trabalho acadêmico sobre a comunidade, procurá-la para ouvir sua versão de si mesma. Ouvir<br />

a comunidade foi fundamental, uma vez que ela conta com um considerável número de frequentadores<br />

com bom nível de escolaridade, com formação superior, de modo que o estudo, a<br />

pesquisa acadêmica, a busca por conhecimento desfruta de grande apreço. A comunidade carioca<br />

partilha de uma codificação do Islã – a ser exposta e analisada durante o trabalho – que<br />

vê na busca pelo conhecimento, em último caso, umas das melhores formas de adoração a<br />

Deus. Pessoas educadas (‘educated’, embora também gentis) e religiosamente inclinadas a ver<br />

na busca de conhecimento uma atividade louvável.<br />

Mas, além desse quadro favorável, concorreu também o prestígio que o professor Paulo<br />

Gabriel Hilu da Rocha Pinto tem na comunidade como pesquisador do Islã e da comunidade<br />

árabe carioca. Sua atividade acadêmica é conhecida por pessoas importantes na comunidade<br />

muçulmana, de modo que cheguei não apenas como pesquisador acadêmico, mas como<br />

aluno de um pesquisador que concluía uma ampla pesquisa no processo de preparação de<br />

livro sobre a comunidade árabe carioca (Pinto 2010a) 5 . Não só professor Paulo Pinto já havia<br />

enviado à comunidade outros alunos 6 para pesquisas da mesma natureza que a minha 7 , o que<br />

já tornaria aquelas pessoas disponíveis para minha pesquisa, mas ele mesmo estava envolvido<br />

com a comunidade. De fato, minhas credenciais eram respeitáveis, além de respeitadas. Era<br />

significativo para minha pesquisa que as pessoas demonstrassem interesse pela atividade acadêmico-científica.<br />

5 Comunidade que é maior do que a comunidade muçulmana, que a integra. O livro aborda a comunidade árabe<br />

como um todo, de modo que os muçulmanos integram mas não esgotam o universo do livro.<br />

6 Além dos trabalhos de Gisele Chagas, agora doutora em antropologia, novamente sob orientação de Paulo<br />

Gabriel Hilu da Rocha Pinto, e de Cláudio Cavalcante Jr., devo mencionar que contei com a companhia de<br />

Bruno Ferraz durante quase a totalidade da minha pesquisa. Bruno Ferraz também é membro do NEOM (Núcleo<br />

de Estudos do Oriente Médio, do qual também faço parte), atualmente desenvolve pesquisas na Mesquita da Luz<br />

no âmbito do curso de mestrado. À época Bruno ainda estava fora do quadro de alunos do PPGA-<strong>UFF</strong>, mas já<br />

dividia comigo o cotidiano da Mesquita, especialmente aos sábados, nas aulas de árabe e religião. Nos meses<br />

finais de pesquisa contei ainda com a presença de Liza Dumovich, iniciando atividades de pesquisa no âmbito do<br />

curso de mestrado no PPGA-<strong>UFF</strong>, também sob a orientação de Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto.<br />

7 Ver Chagas (2006) e Cavalcante Jr. (2008).<br />

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