VIAGEM A âMOJAVE-ÃKI!â - Faders
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Nessa entrevista, fomos acompanhadas por duas representantes da Coordenadoria<br />
Regional de Educação – uma professora de artes e uma professora capacitada<br />
na área 22 .<br />
Segundo a professora do currículo em espanhol – Amelie -, Vitória é muito inteligente,<br />
mas fechada em si mesma. Observa na menina grande medo de errar e uma<br />
exagerada autocobrança, no sentido de ter sempre que acertar. Segundo relato da<br />
docente, ela tem adotado um comportamento de mostrar para a aluna que é possível<br />
o aprendizado com erro e que errar não é tão ruim assim. A partir destes comportamentos,<br />
a professora observa que Vitória está se soltando mais e mostrando<br />
uma boa relação com ela. A educadora entende que estes medos da menina estão<br />
associados à elevada expectativa da família em relação ao sucesso da filha que, por<br />
esta razão, não admite o fracasso.<br />
Apesar de se observar uma boa aceitação da professora em relação à Vitória,<br />
por diversas vezes, Amelie relatou que todos na turma têm o mesmo desenvolvimento<br />
que a menina e que há, na sala de aula com 13 alunos, uma aluna com rendimento<br />
acadêmico superior ao de Vitória. As duas são muito rápidas e, quando terminam<br />
as tarefas, elas dirigem-se ao cantinho da biblioteca e ficam lendo livros de sua preferência.<br />
O material elaborado por Vitória nos foi mostrado e chamam a atenção os<br />
textos escritos da menina (em inglês e espanhol) pela riqueza de detalhes e pelas<br />
idéias criativas (Anexo J). Geralmente, estes textos são acompanhados de ilustrações.<br />
Os desenhos de Vitória também foram apresentados e, na concepção da professora<br />
de artes que nos acompanhava, essas produções chamavam a atenção pela<br />
riqueza de detalhes, pelo traçado firme, criatividade e, principalmente, pela tridimensionalidade<br />
do desenho, fator não comum para esta faixa etária.<br />
As responsáveis pela escola também relataram que Vitória tem manifestado<br />
seu desejo de que não chegue o verão, pois, nessa estação, ela fica muito bronzeada,<br />
percebendo-se como diferente dos demais, associando sua aparência à cor negra<br />
e manifestando seu desagrado e preocupação em relação a esta diferença.<br />
Nos depoimentos das profissionais presentes à reunião há um reconhecimento<br />
das dificuldades relacionais que Vitória manifestou em 2003, inclusive com a recusa<br />
expressa da menina de freqüentar as atividades escolares. No entanto, concordam<br />
em que, em 2004, Vitória não manifestou as mesmas dificuldades, tendo uma boa<br />
22 Em 2005, será criada, na cidade de Vitória, uma sala de recursos para atendimento dos alunos com altas habilidades/superdotação.<br />
As representantes da CRE foram convidadas para participar da reunião, visando mediar o contato entre<br />
elas e a escola da aluna, com vistas ao acompanhamento de Vitória, em 2005.